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“Na Nazaré reina ainda o caciquismo”

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Joaquim Piló: “Nós temos ideias próprias e programa próprio”Joaquim Piló candidato à presidência da Câmara Municipal da Nazaré pelo Bloco de Esquerda BE vai a votos na Nazaré “terra de pessoas de esquerda”. Terceira força mais votada nas últimas Legislativas, o Bloco escolheu o pescador/sindicalista Joaquim Piló para concorrer à Câmara, o qual desde já […]

Joaquim Piló: “Nós temos ideias próprias e programa próprio”Joaquim Piló candidato à presidência da Câmara Municipal da Nazaré pelo Bloco de Esquerda

BE vai a votos na Nazaré “terra de pessoas de esquerda”. Terceira força mais votada nas últimas Legislativas, o Bloco escolheu o pescador/sindicalista Joaquim Piló para concorrer à Câmara, o qual desde já garante que se não ganhar irá para a oposição, não dando “a mão a ninguém, muito menos à direita”. Uma entrevista de António Paulo

Quais as razõesque estiveram subjacentes aoaparecimento de candidaturasdo BE na Nazaré?O Bloco fez uma grande aposta nestas eleições a nível nacional, apresentando-se a cerca de 80% do eleitorado. Não podia deixar de candidatar-se na Nazaré, com os problemas que a Nazaré tem, com vista a impulsionar o nosso concelho e retirá-lo do buraco em que se encontra após anos e anos de má governação. E não nos podemos esquecer que a Nazaré é uma terra de pessoas de esquerda, preocupadas com as causas sociais e com o bem-estar geral.Se a elaboração de listas para a Câmara e Assembleia foi “tarefa fácil”, para as Assembleias de Freguesia, emtrês possíveis, o BE só vai concorrer a uma. Quais foram as “resistências” encontradas?Não foi uma tarefa fácil porque o Bloco de Esquerda não tinha organização local. Foi preciso conjugar esforços e arregimentar vontades. O Bloco nas últimas eleições Legislativas alcançou a terceira posição em termos de votos, por isso achámos que faria sentido capitalizar essa votação. Tentámos, portanto, ir ao encontro dos nossos eleitores. Por outro lado, na Nazaré reina ainda o caciquismo e o medo das pessoas em assumir uma posição, com medo de elas próprias ou familiares perderem os empregos. Existem pessoas que recusaram integrar as nossas listas com o receio de virem a perder o emprego, medo de represálias. Nós queremos acabar com esse clima de terror e dar liberdade de expressão à população e denunciar os casos existentes. Trata-se de uma situação que advém do facto de a Câmara ser a maior entidade empregadora do concelho, embora a título precário.Com três forças de esquerda a irem a votos (PS/CDU/BE), o BE não teme que com uma dispersão de votos a direita saia reforçada? Nós temos ideias próprias e programa próprio. Lutamos para derrotar a direita, o caciquismo, e, nestas eleições, queremos derrotar o PSD e as suas políticas “betonizantes”. O que tem beneficiado a direita é a falta de oposição da esquerda. Seremos uma oposição sistemática e construtiva. O nosso trabalho não acaba no voto e criaremos um núcleo bloquista na Nazaré. Faremos um trabalho contínuo para além das eleições. Para além disso, da leitura política que o Bloco fez, ao longo dos últimos anos, deu conta da carência de uma oposição forte e da denúncia de situações reais que têm prejudicado a população nazarena e que têm beneficiado um conjunto restrito de senhores, responsáveis pela descaracterização da Nazaré e da sua perda de identidade. O betão tem exercido sobre o executivo uma pressão deveras negativa, pressão que impede o desenvolvimento que se pretende. Para além do PSD, PS e CDU, o BE vai ter de bater-se com uma candidatura independente. Como é que analisa o surgir deste movimento?Movimentos independentes são positivos, desde que defendam a qualidade de vida, a transparência e as causas sociais. Esta, no entanto, parece ser uma candidatura de interesses pessoais que tentou avançar pelo PS e, não conseguindo, avançou com uma lista de direita, com pessoas ligadas ao PS, PSD e ao CDS/PP. Isto só prejudica a Nazaré e a sua população.Se o PSD ganhar as eleições mas ficar em minoria no executivo em termos de mandatos, acordos pós-eleitorais com parceiros de oposição constitui um cenário plausível para o BE? O BE está nestas eleições para defender propostas próprias. Estaremos na oposição, caso não vençamos, e não daremos a mão a ninguém, muito menos à direita. Não integraremos executivos de direita. Temos ideias próprias e é por elas que nos bateremos, na defesa do bem da população, é por isso que nos candidatamos. O Bloco não só não aceita nenhum pelouro cedido pelo PSD (em caso de vitória), como inviabilizará qualquer executivo de direita. Aceitamos os resultados eleitorais por tratar-se da vontade popular. Mas não pactuamos com políticas viradas contra a população. Que visão estratégica global e integradade desenvolvimento do concelho da Nazarévaio BE propor ao eleitorado?Defendemos três vertentes essenciais: transparência na gestão, defesa intransigente do ambiente e a participação da população nas decisões do concelho. Pretendemos apoiar a pesca, um dos factores essenciais de desenvolvimento. Queremos uma política de pescas forte, para que a Nazaré volte a conquistar o epíteto ‘vila piscatória’ que perdera com a actuação deste executivo ao longo dos últimos doze anos, que nem um pelouro de pesca possuía. Além disso, é essencial uma aposta forte no turismo de qualidade, um turismo pensado e programado e que não passe pela destruição de infra-estruturas hoteleiras. O Bloco não se conforma com o desaparecimento do hotel Dom Fuas, que constituía a única unidade hoteleira na marginal e que se transformou em mais umas dezenas de terceira ou quarta habitação. Não podemos descurar a pequena agricultura praticada em Valado dos Frades bem como a cultura em geral. O Bloco não se conforma também com o desaparecimento do campo de futebol que era o local de convívio dos nossos homens. O desaparecimento do Campo Municipal da Nazaré fez desaparecer o gosto dos homens da Nazaré pelo futebol, porque não se deslocam para o Calhau para ver o seu “Nazarenos”. Acaba-se com tudo sem ouvir a população. Nós não fazemos nada sem auscultar primeiro os nossos munícipes. Não aceitamos mais a “política” do improviso “em cima do joelho”. A implementação da ALE (Área de Localização Empresarial) é essencial para o investimento e para a criação de empregos, fixando os nossos jovens. ALE que se encontra na fase de estudos há mais de vinte anos. Parece tempo demais para uma infra-estrutura tão importante.Que “causas” mais específicasao concelho se propõe o BEdebater com os nazarenos?Temos que ouvir a população do concelho. Por exemplo, na Assembleia Municipal deveria a população intervir antes da ordem do dia. A Nazaré não pode continuar a ser governada ao sabor da maré, por algumas cabeças iluminadas. Somos contra a privatização da água, contra a política do betão e do “rei-manda”. É urgente defender o património, revitalizar o espaço público e apostar na reabilitação urbana. Não basta termos uma Nazaré Florida na Páscoa, temos que ter uma Nazaré limpa o ano todo. As questões da educação, cultura, desporto e lazer são essenciais ao bem-estar da população.Por exemplo, o que é que os candidatos do BE propõem para os sectores do Turismo e Pescas?Somos contra a destruição de hotéis para a construção de apartamentos. Não se admite não termos um único hotel na marginal. Precisamos de cultura todo o ano para atrair o turismo e é necessário discutir com os parceiros turísticos para encontrar soluções para o desenvolvimento do concelho. A pesca tem que ser respeitada, assim como os seus recursos, a fauna e a flora. Os recursos são esgotáveis e é necessário alertar as consciências para este facto. Faremos tudo para que os interessados da pesca se organizem no sentido de que a sua produção tenha ganhos e para que os lucros não fiquem para terceiros. Neste sentido, os jovens podem ser atraídos para a pesca, desde que hajam incentivos e remuneração justa, não esquecendo a formação profissional. Há que criar um pólo aglutinador de todos os parceiros sociais para o desenvolvimento da pesca na Nazaré, até mesmo através de parcerias com instituições dentro e fora do distrito. Em relação aos recifes artificiais, temos que discutir muito mais e fazer estudos que nos digam que recursos existem ou se há desova e se são recursos ricos. A costa nazarena é uma costa muito agreste e com muita pedra, será que compensa um investimento dessa envergadura com um risco de perdas astronómicas? No entanto, se os recursos estiverem em risco, apoiamos alternativas. Queremos um porto de abrigo mais dinâmico, onde possa haver maior coordenação entre pesca e recreio.Que avaliação fazdo trabalho desenvolvido neste mandato pelo executivo da equipa PSD de Jorge Barroso?O executivo de Jorge Barroso durante estes 12 anos não tem permitido à Nazaré desenvolver-se. Constroem-se apartamentos que beneficiam apenas alguns, desaparecem ruas para construir pastelarias e mais apartamentos. Destrói-se um campo de futebol com quase um século para construir ainda mais apartamentos e por aí fora… Repare-se na Nazaré vista da Pederneira – quase não há casinhas nem hotéis. Este executivo não apostou na educação. Os nossos jovens não têm ensino secundário público. Os professores queixam-se de falta de condições. A Nazaré perdeu a Escola de Hotelaria que promoveria a qualidade com que os turistas são recebidos e a formação dos jovens nazarenos. Até hoje ninguém esclareceu essa perda para Óbidos, que já detinha a escola superior de restauro. Defendemos uma reabilitação urbana urgente, com incentivos aos jovens que permitiria a sua fixação na nossa terra.O que será um bom resultado eleitoral para o BEna Nazarénas próximas Autárquicas?O Bloco pretende eleger membros no executivo, na Assembleia Municipal e na Assembleia de Freguesia. No entanto, cabe à população da Nazaré decidir do seu futuro e da sua governação. Sabemos respeitar o que a população ditar, mas podemos garantir que cada membro do Bloco eleito constituirá um fiel representante da população que o elegeu. É para ela e só para ela que o Bloco trabalhará. Não há aqui interesses pessoais como é apanágio de outras organizações partidárias.

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