Benavente aposta na mudança do partido e da Câmara

PS da Nazaré apresentou candidatos em ambiente morno

A apresentação dos candidatos do PS ficou aquém de outras realizadas num bastião socialista para todas as eleições menos para as autárquicas desde há doze anos António Paulo

A expectativa era grande em torno da apresentação dos candidatos do PS às próximas eleições Autárquicas na Nazaré, mas quem esperava um banho de multidão em torno de João Benavente viu essas expectativas defraudadas. O salão do Casino foi preenchido com cerca de três centenas de apoiantes de João Benavente e muitos militantes e simpatizantes mais ou menos anónimos primaram pela ausência. Dos rostos habitualmente visíveis nas acções do PS nazareno, foram particularmente notadas as ausências da líder da concelhia Isabel Vigia e de Luís Monterroso, ex-presidente da Câmara, para o bem e para um mal, um “histórico” do PS Nazareno. “Não fomos convidados, nem como dirigentes, nem como militantes” justifica Isabel Vigia. Uma ausência minimizada pelo dirigente nacional do partido José Junqueiro, que mostrou a sua confiança em que a deputada “vai votar no Partido Socialista e no candidato João Benavente”. Mas do rol de ausências constam igualmente as faltas de Jorge Gonçalves, coordenador da Distrital de Leiria (substituído por José Miguel Medeiros e Virgílio David) e Jorge Coelho homem forte do PS nacional (substituído por Junqueiro). O primeiro não esteve presente por razões de “agenda” e o segundo “por se encontrar afónico”.Como em tudo na vida “só faz falta quem está” e a festa de apresentação – que contou com a presença de figuras do desporto como Carlos Lopes ou Eduardo Henriques -, serviu para João Benavente, candidato à presidência da Câmara, vincar a sua determinação em “unificar o partido”, que está dividido no apoio ao candidato natural e ao independente António Trindade. Apesar desta divisão – cuja dimensão só poderá avaliada com a contagem dos votos – Benavente reiterou a sua confiança na unidade do partido prometendo “disponibilidade total, espírito de missão e espírito de servir”, caso seja eleito presidente da Câmara.Falando para dentro e para o exterior do partido, João Benavente sublinhou que “muitas vezes até pensamos que o 25 de Abril não chegou à Nazaré: Quando formos governo nesta terra e neste concelho, qualquer cidadão pode expressar, com respeito, a sua ideia e a sua opinião que encontrará sempre disponibilidade para a ouvir”. Por outro lado, o ex-deputado à Assembleia da República e ex-presidente da Câmara da Azambuja, afirmou-se como um “nazareno de adopção” prometendo transformar o seu “bom relacionamento pessoal” com elementos do governo central em “benefícios para o município”. “Ou se tem peso político e se tem empenhamento pessoal ou não há poder político que valha”, sublinhou João Benavente, avançando com a criação de novos espaços onde sejam “instalados os serviços públicos e a Câmara Municipal com dignidade”, o mesmo sucedendo como as instituições judiciais. A aposta na formação e reconversão profissional constitui uma prioridade do candidato, que defende a criação na Nazaré de uma delegação do Instituto de Emprego e Formação Profissional e a criação da freguesia do Sítio, revelando que já conta com o apoio do Governo a este projecto.Um dos momentos altos da noite rosa foi a leitura de uma mensagem escrita do coordenador autárquico do PS, Jorge Coelho, na qual considera que a escolha de João Benavente é uma “forte aposta política que o PS faz na Nazaré”, sustentando que é o “candidato certo”, evidenciando a sua “seriedade, forte personalidade e convicção política” para que a “Nazaré reencontre os caminhos do progresso e do bem-estar”.Já o ex-presidente da Federação do PS de Leiria e actual Governador Civil, José Miguel Medeiros, recordou o seu empenho pessoal na escolha de João Benavente, considerando-o “o melhor nome para liderar o concelho”. “Os nazarenos reencontraram-se com o PS”, disse, para de imediato reconhecer que estas eleições são “um combate difícil” dada a existência de uma lista de independentes, que divide o tradicional eleitorado socialista.