Daniel Guilherme
Presidente da Nova União das Colectividades do concelho de Alcobaça
Todos dizem que a região de Alcobaça tem enormes potencialidades, sendo uma delas as Colectividades e das quais sempre se lembram quando da elaboração das listas de candidatos aos órgãos autárquicos.
Todos eles bem sabem que quem dá tudo pelas Colectividades, é sempre um bom cartaz para apresentar e dizer: “Vejam como nós no nosso partido damos importância a quem abnegadamente trabalha para os outros sem nada pedir em troca!”E muitos de nós, acreditando nas promessas feitas, aderimos aos projectos, convictos de estarmos a trabalhar para o desenvolvimento da nossa terra. Infelizmente constatamos que, passada a euforia eleitoral, usualmente tudo volta a ser como era antes. Nas eleições Autárquicas de 2001, enquanto Presidente da Nova União das Colectividades do Concelho de Alcobaça e na companhia de outro elemento da direcção, reuni-me com todas as concelhias dos partidos concorrentes ao acto eleitoral. Entre outros assuntos foi abordada a necessidade de criação do Gabinete de Apoio às Colectividades, a criar na Câmara Municipal de Alcobaça. Todos sem excepção estavam de acordo com a criação desse gabinete, se bem que os moldes em como viria a funcionar seriam para discutir com as próprias Colectividades.O Gabinete de Apoio às Colectividades se existe, não damos por ele! Há vários anos que lutamos pela criação de um gabinete que efectivamente apoie as Colectividades na elaboração de projectos e candidaturas, na dinamização dos espaços, no apoio à formação de dirigentes. Tudo isto tem a NUCCA tentado concretizar, tendo levado a cabo algumas acções de formação, algum apoio jurídico, com o apoio da Confederação Nacional das Colectividades de Cultura Recreio e Desporto. Mas muito mais há a fazer.Todos juntos devemos aproveitar o momento político e colocar as Colectividades na agenda política local.Bem sabemos como é difícil para nós, dirigentes associativos, conseguirmos conciliar o facto de sermos a um tempo só, directores, dinamizadores e fazedores das muitas actividades que vão acontecendo, com o nosso emprego onde é necessário cada vez trabalhar mais horas. Com sacrifício do nosso tempo livre e com a compreensão da família (o que nem sempre é possível) vamos lutando contra moinhos de vento que se vão levantando.Exemplos: a) Para organizar uma festa, pensamos que as minutas dos requerimentos feitos no ano anterior servem para este ano. Mas não! Os termos foram alterados e na Câmara não há ninguém que possa ajudar. b) Quando tentamos parcerias com a Câmara para a contratação de um estagiário formado em animação cultural (estagiário que desenvolveria o seu trabalho em várias Colectividades e em variadas áreas como a recolha dos jogos tradicionais, trabalho a ser feito com os mais idosos e os mais jovens de forma a aproximar as gerações mantendo activos os mais idosos e aproveitando os seus conhecimentos e transmiti-los à geração mais nova para que assim não se perca muita sabedoria que não vem nos livros). Então a resposta demora, demora, demora… e quando vem (de forma informal) é: “As Colectividades já são tão animadas, que não precisam de animadores”. Facto com o qual não concordo pois este é um trabalho que deve ser feito por quem está habilitado para tal e o pode fazer de forma profissional.Os futuros autarcas devem assumir o compromisso de apoiarem de forma efectiva os muitos voluntários que contribuem de forma abnegada para o desenvolvimento da nossa terra, assumindo de uma vez por todas que as Colectividades são um bem precioso para o desenvolvimento da região e como tal devem ser consideradas um parceiro social, a ouvir nos mais variados temas, tais como inserção social, animação cultural e desporto para todos, dentro e fora da sede do concelho.Insisto: as Colectividades na agenda política já!
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