Comerciantes queixam-se de vendas informais de peixe sem controlo sanitário nem fiscalização, mesmo junto ao mercado municipal. Presidente da Câmara promete atuação.
As peixeiras do Mercado Municipal da Nazaré voltaram a alertar para o que consideram ser uma situação de concorrência desleal: a venda informal de peixe, à porta do próprio mercado, por mulheres que não estão sujeitas a qualquer controlo higiossanitário, nem ao pagamento de taxas, impostos ou outros encargos legais.
Durante a reunião de Câmara, uma das vendedoras do mercado deu voz ao descontentamento do setor, explicando que a situação se arrasta há cerca de 20 anos, sem que haja uma resposta efetiva por parte das autoridades competentes. “Cá dentro temos de pagar impostos, eletricidade, refrigeração e ainda lidamos com prejuízos diários. Lá fora vende-se peixe sem gelo, em condições duvidosas, e ninguém fiscaliza”, afirmou a comerciante.
Com a chegada do outono e a quebra no fluxo turístico, o impacto desta concorrência informal torna-se ainda mais evidente. “No verão ainda se vai vendendo alguma coisa, mas no inverno é o descalabro” acrescentou.
O presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Manuel Sequeira, reconheceu o problema e afirmou que a situação está sinalizada. “Já estamos a preparar ações com os funcionários do mercado e com a Polícia Municipal para reforçar a fiscalização”, garantiu o autarca.
O Mercado Municipal da Nazaré, um dos espaços de comércio tradicional mais emblemáticos da vila, alberga diariamente dezenas de vendedores licenciados, sobretudo de peixe, legumes e outros produtos alimentares. O edifício é gerido pela autarquia e tem sido alvo de investimentos nos últimos anos, com o objetivo de modernizar as instalações e atrair mais consumidores, tanto locais como turistas.
Os vendedores, contudo, alertam que esse esforço de modernização será inútil se continuar a faltar fiscalização à venda ambulante irregular, que, além da questão económica, levanta também sérias preocupações em matéria de saúde pública.
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