O alojamento local fala num abrandamento dos negócios durante os meses de verão de 2023, mas o movimento de carros em direção à praia e os turistas nas ruas continuaram a ser uma referência de grande procura deste destino para sol e praia.
A nível nacional, de acordo com dados do Instituto Nacional de Estatística (INE), o setor do alojamento turístico em Portugal registou 3,2 milhões de hóspedes e 8,8 milhões de dormidas no mês de julho, o que representa mais de 4,1% e 1,3%, respetivamente comparativamente ao mesmo mês do ano passado.
Contudo, as “dormidas geradas pelo mercado interno diminuíram 2,9%, totalizando 2,8 milhões”, já os mercados externos totalizaram 6 milhões de dormidas (uma subida de 3,4%).
Em relação aos principais mercados que visitaram Portugal, destacam-se o britânico (18,9%) e o espanhol (11,7%) do total das dormidas de não residentes.
Na Nazaré, alguns hoteleiros falam de meses de verão mais fracos, safos, em junho, com os ocupantes vindos para os torneios desportivos organizados pela Câmara.
“A Cubata teve o alojamento ocupado com as equipas desportivas em junho. Julho foi mais fraco que o ano anterior e o agosto também. Talvez uns 20% de quebra”, referem os gestores do estabelecimento, acrescentado que “um menor poder de compra” estará na origem desta quebra, num verão diferente de 2022 em que “todos quiseram fazer férias, a todo o custo, depois de um período grande de recolhimento forçada pela Covid-19.”
“As pessoas ou não vinham ou não pagavam os valores pedidos pelo alojamento”, refere aquele empresário, que registou também uma “mudança de comportamento das pessoas que moram a alguns kms de distância, que “vinham passar o dia, mas regressavam a casa para a dormida e refeição da noite” enquanto outros reduziram o tempo de permanência nos alojamentos disponíveis.
Sobre o trato das unidades e alojamento local aos clientes, o gestor da Cubata fala em muitas condicionantes ligadas à falta de infraestruturas que respondam à elevada procura, o que leva muitas vezes a mal-entendidos e uma perceção menos positiva da receção do lado dos hoteleiros locais.
“Os turistas ficam stressados com a falta de resposta às suas necessidades, como o estacionamento”, e nem sempre o diálogo com as unidades termina de forma pacifica.
O Hotel Oceano, Alfredo Vicente, ainda sem dados fechados, fala de uma “ocupação igual à de 2022”. Já sobre o início do verão, a unidade não trabalhou a 100%.
“Vê-se muita gente, mas nota-se menos consumo, talvez devido à inflação, às taxas de juro e ao baixo poder de compra”, refere o empresário que fala da preocupação com a “falta de estacionamento” que vê como um dos entraves à deslocação e permanência de mais tempo de quem visita este destino.
Julho e agosto foram meses que, noutros estabelecimentos, registaram uma ocupação próxima dos 100%, mas, ainda assim, com registo de alguma quebra face ao ano anterior “não em ocupação, mas na procura”, compensada com um “turista de qualidade” ao contrário do que aconteceu anteriormente, refere o Hotel Âncora.
O grupo Miramar fala, por sua vez, num “equilíbrio comparativamente ao ano de 2022”.
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