O Município da Nazaré classificou a prorrogação da obra de estabilização das arribas do Sítio em mais 99 dias, que os 94 previstos, uma proposta inadequada aos mais elevados interesses da população.

As obras da APA levaram ao encerramento do ascensor, que está sem data para reabrir, numa altura em que se aproxima a época alta do turismo de sol e praia e este transporte por cabo é a melhor alternativa de escoamento de turistas, visitantes e locais.

A Autarquia argumenta que a suspensão de funcionamento do Ascensor da Nazaré por um período de 193 dias nos meses de maior afluência ao equipamento que “provocam em prejuízo, aos Serviços Municipalizados da Nazaré, nunca inferiores a 1,1 milhões de euros, sem contabilizar o investimento a realizar para assegurar transporte alternativo”, o que coloca esta entidade “em situação de insolvibilidade financeira (com impactos mais

drásticos que os anos assolados pela pandemia Covid-19), sem descurar os impactos

orçamentais que existirão para o ano de 2024”.

A proposta de reabertura do Ascensor, de 1 de julho a 30 de setembro, enviada à APA e ao Ministério do Ambiente, refere, ainda, que no período de época alta (de julho a setembro) a mobilidade local terá “um impacto de tal forma significativo que nenhuma alternativa de transporte conseguirá assegurar, de forma eficaz, as necessidades das populações locais e de visitantes, colocando em causa a qualidade do próprio destino turístico e do quotidiano dos utilizadores regulares deste equipamento.”

O Município da Nazaré concordou com a necessidade de uma paragem de

de 94 dias contínuos, mas o prolongamento proposto pela Agência Portuguesa do Ambiente (APA) “torna-se insuportável para a economia local do Sítio e da Praia o encerramento deste equipamento, durante o período estival”.

O Município da Nazaré foi informado em janeiro deste ano do início obra de estabilização das arribas e recebeu o convite para a assinatura do auto de consignação, a 25 de janeiro, com a presença do Secretário de Estado do Ambiente e do Vice-Presidente da APA, assim como a empresa adjudicatária da empreitada.

Para evitar o encerramento prolongado do meio e transporte, o Município da Nazaré propôs o início da empreitada na arriba sobre o ascensor, mas vários atrasos ditaram o prolongamento, agora, confirmado, pela APA.

Na reunião de obra, realizada no dia 30 de maio, a APA apresentou justificações para os atrasos. A indefinição de localização de estaleiros; eventual conflito com espaço comercial no miradouro do Ascensor e uma maior complexidade de execução dos trabalhos, já que o talude apresentaria condicionantes mais complexas que o inicialmente previsto foram os motivos apresentados.

A Câmara classificou de “procedentes” as alegações recordando que “durante todos estes processos tem sido totalmente cooperante, cedendo não só espaço público, como instalações próprias para que os constrangimentos, em espaço público, não fossem ainda maiores do que já são”.