Os deputados do PCP, Duarte Alves e Paula Santos, questionaram, no passado dia 30 de março, o Governo sobre esta intervenção e a disponibilidade para, em conjunto com as populações e instituições locais, encontrar uma solução conjunta que assegure a segurança das pessoas e simultaneamente trave a descaracterização do local e a destruição do muro do Bico da Memória.
Na sua intervenção sobre o tema, o PCP recordou que tem feito várias ações para a defesa do Promontório da Nazaré – alvo de sistemáticos ataques, sempre travados pela ação organizada das populações – por considerar que este afloramento rochoso é de invulgar relevância nos domínios do nosso património natural, ambiental, paisagístico, cultural e simbólico.
“A comunidade local foi surpreendida pelo anúncio de uma repentina intervenção na zona do Bico da Memória, que irá descaracterizar por completo a zona envolvente à Capelada Memória (imóvel de interesse nacional), dado que, para além da intervenção de consolidação das arribas, uma questão necessária, pretende-se fazer nascer no local uma plataforma suspensa, com recurso a materiais ditos “modernos”, para que se possa usufruir da paisagem”.
Para o PCP, esta intervenção irá determinar “o corte de um muro de construção vernacular datado de 1759, supostamente com a concordância da Direção Geral de Património Cultural”, foi fabricada “nas costas das populações, sem discussão, sem informação, sem alternativas, sem maquetas, sem estudos geomorfológicos, arqueológicos, paisagísticos – e, se existem, nunca foram apresentados ou discutidos com a população e com as instituições locais”.
Segundo os deputados do PCP, a indignação é transversal e vai desde a população – que assinou um manifesto (já com mais de 2500 assinaturas) e que se concentrou em grande número no passado dia 19 de março para travar esta opção – que sente aquele local como seu, de culto, de memória, de contemplação, até aos especialistas e académicos das várias áreas cujo interesse e investigação confluem para aquele lugar – o Bico da Memória.
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