A Câmara da Nazaré suspendeu o procedimento promovido pela empresa Rega Energy, que representa um investimento de 150 milhões de euros para descarbonizar indústrias da região, até novos desenvolvimentos da Unidade de Produção de Energia Renovável para auto consumo prevista para Fanhais, na freguesia da Nazaré.
A empresa promotora do investimento, a Reganazaré SA apresentou um pedido de informação prévia para a instalação do parque eólico e fotovoltaico no norte do concelho, e, em paralelo, tem a decorrer um pedido de reconhecimento de estatuto de potencial interesse nacional deste investimento, tendo o Presidente da Câmara da Nazaré, Walter Chicharro, sido convidado a participar numa reunião, a agendar, da Comissão Permanente de Apoio ao Investidor.
O projeto Nazaré Green Hydrogen Valley integra outro cuja finalidade é a substituição do consumo de gás por hidrogénio num vasto conjunto de unidades industriais.
Na Nazaré será instalado o Parque hidrido, composto por 40MW de produção elétrica renovável e 40MW de produção elétrica renovável fotovoltaico.
A produção de energia elétrica limpa, com origem em renováveis destina-se a alimentar uma unidade industrial de produção de hidrogénio a instalar no Município da Marinha Grande.
Este projeto, que alinha com a estratégia nacional de atingir a neutralidade carbónica até 2050, representa um investimento de 150 milhões de euros e envolve quatro concelhos do distrito de Leiria (Nazaré, Leiria, Marinha Grande e Alcobaça).
O terreno apontado para receber o parque esta classificado, no PDM, como espaço florestal, o que significa que está protegido como área verde dominante, salvaguardando a topografia do solo e o coberto vegetal, importante para a defesa da paisagem e para o equilíbrio ecológico.
No entanto, o PDM da Nazaré não prevê qualquer condição para a instalação de um parque eólico ou fotovoltaico já que a realidade das energias renováveis é recente e posterior à elaboração do Plano em vigor.
O parecer técnico da Câmara sugere que em caso de viabilização do projeto como relevante para a economia local, a Autarquia deverá, juntamente com a CCDRLVT, as condições em que se pode promover a alteração ao PDM.
O vereador do Ambiente, Orlando Rodrigues (PS), manifestou muitas reservas relativamente ao projeto devido à “área substancial” de desbaste florestal, tendo afirmado que o mesmo “não trará grandes benefícios às empresas da Nazaré”, comparativamente a área industrial de outros concelhos, como a Marinha Grande.
O projeto é desenvolvido por um consórcio de oito empresas que englobam o setor dos cimentos (Cimpor e Secil), o setor do vidro (BA Glass, Crisal e Vidrala), e outras, na área da água ou do gás natural.
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