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Barracas de Praia podem integrar Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial

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A Assembleia Municipal da Nazaré aprovou a iniciação do processo de integração no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial de Portugal da atividade de colocação de barracas de apoio balnear. A proposta da Câmara, assinada pelo vereador do ambiente, Orlando Rodrigues, refere que esta atividade é “uma manifestação comunitária, que ocorreu e ocorre durante […]

A Assembleia Municipal da Nazaré aprovou a iniciação do processo de integração no Inventário Nacional do Património Cultural e Imaterial de Portugal da atividade de colocação de barracas de apoio balnear.

A proposta da Câmara, assinada pelo vereador do ambiente, Orlando Rodrigues, refere que esta atividade é “uma manifestação comunitária, que ocorreu e ocorre durante o período estival”.

A área, hoje denominada como Praia da Nazaré, sempre foi um espaço natural com características de proteção marítima, principalmente para quem desenvolvia a atividade piscatória.

Os persistentes ataques de pirataria e corso, assim como a maior proteção marítima, assegurada pela Lagoa da Pederneira, faziam com que esta área não fosse uma opção para a fixação de habitações. Contudo, o assoreamento desta Lagoa da Pederneira levou a que os pescadores deste povoado e do antigo porto de Paredes se começassem a

estabelecer-se no areal da atual praia da Nazaré, mas só no século XVIII, com a chegada dos primeiros migrantes da comunidade de ílhavos, para esta área, se começou a estabelecer um povoado, como se pode atestar por José de Almeida Salazar, na sua obra “Memórias da Real Casa de Nossa Senhora da Nazareth”, em que se dá conta, em

1760, da existência de quinze habitações de pedra e cal, assim como algumas barracas de madeira, assim como as “grandes residências” dos Religiosos Bernardos, onde já existia uma pequena capela para celebração de missas, aquando da chegada de pessoas a banhos à Praia da Nazaré.

Só em 1808, após a colocação de peças de artilharia, no Forte S. Miguel Arcanjo, em resposta à primeira invasão francesa, liderada pelo General Jean-Andoche Junot, o povoado passou a estar mais protegido não só de incursões geradas por este conflito, como de eventuais atos de pirataria e corso, então promovidos por embarcações principalmente holandesas e otomanas. Com o reforço de peças de artilharia de maior alcance e calibre, e com a colocação de Batalhão do Regimento 20 no Forte de S. Miguel Arcanjo, efetivado a 4 de junho de 1831, a zona da Praia da Nazaré passa a deter uma segurança muito maior contra os constantes ataques, de que resultaria uma efetiva estabilização de pessoas e a edificação de numerosas habitações que, para além de dar

resposta aos locais, também se assegurava a pernoita de visitantes nessa área, até então desprovida dessa possibilidade.

O primeiro registo formal conhecido, que referencia a realização de vistoria “às ruas das barracas desta vila” e demarcação do “terreno para os banheiros armarem as suas barracas de banho’, remontam a 1852, segundo estes excertos do livro de Atas da Câmara Municipal da Pederneira.

A Praia da Nazaré é utilizada para praia de banhos, pelo menos desde 1852, detendo, à época, estruturas de apoio balnear que, como se pode atestar na gravura anexa, produzida por Lopes Mendes2, detinha uma organização e uma tipologia de estrutura, em muito similar, ao modelo atualmente utilizado.

Esta atividade está na génese deste povoado como uma das mais relevantes atividades económicas do povoado, sendo a efetiva génese da atividade económica turística, com fins de recreativos ou de lazer.

Esta é uma atividade que perdura na Praia da Nazaré há, pelo menos 170 anos o que não pode, de todo, ser descurado uma vez que é uma atividade que incorpora a memória coletiva desta praia, estando bem vincada na dinâmica económica dos seus habitantes e, consequentemente, um ícone que, ao dia corrente, ainda evidencia um traço distintivo singular em Portugal e no mundo.

A proposta será comunicada à DRCC e à APA.

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