A Câmara da Nazaré aprovou um voto de louvor a Jaime Rocha, jornalista e escritor, que nasceu em 1949, na Nazaré.
“Esta figura marcante da literatura nacional merece o todo reconhecimento e ovação por parte desta Câmara, propondo a CDU que na pessoa do Jaime Rocha seja também refletida a valorização que queremos fazer da Cultura e de quem a produz”, refere o texto de suporte ao voto de louvor, apresentado pelo vereador João Paulo Delgado.
Numa entrevista dada, em 2020, a Tiago Alves da Costa, o entrevistador descrevia o autor como “um homem discreto. Quando nos aproximamos dele sentimos uma serenidade cálida, ao mesmo tempo inquieta, própria de quem trabalha os difíceis materiais da palavra. A sua voz é das mais vigorosas da literatura portuguesa contemporânea. Singular na plasticidade e no rigor lírico, para ele não há poema que não se abra como uma ferida, esse poema talhado à medida do desastre, farejando a cidade e o mar, a vida e a morte, e que nos faz quem sabe experimentar uma possibilidade inédita de existirmos.”
A CDU refere que Jaime Rocha é um homem “profundamente marcado pelo assombro do mar e pela Nazaré como palco permanente da trágico-comédia da vida diária, com os contornos e especificidades de uma vila piscatória dos anos da sua juventude, esta marca d´água acompanha-o pelo resta da sua vida plasmando-a na imortalidade da sua magnífica obra literária”.
Jaime Rocha estudou na Faculdade de Letras de Lisboa. Viveu em França nos últimos anos da ditadura. Publicou o primeiro livro, de poesia, em 1970. Para além de jornalista, tem uma vasta obra editada nos domínios da poesia, da ficção e da dramaturgia.
Entre outras iniciativas comemorativas, Jaime Rocha comemorou os seus 50 anos de vida literária no Teatro Nacional Dona Maria II.
Foi galardoado com o prémio de Ficção do PEN Clube em 2008 e com o Prémio de Poesia do PEN Clube em 2011.
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