Entrevista
Com um percurso com 30 anos de experiência, Mário Custódio é Licenciado em Direção e Gestão Hoteleira pela ESHTE escola superior de hotelaria e turismo do Estoril, tem uma pós graduação na Escola de Hotelaria e turismo de Faro e outra no ISEG ISEG is a world-class School of Economics and Management in Portugal.
Saiu da Nazaré em 1992 para estudar no Estoril, depois de se apaixonar por hotelaria quando trabalhou no hotel Maré e no Restaurante A Fornalha, local onde já reservou a celebração do 50º aniversário, pois a família Matias decidiu renovar o restaurante e criar um novo conceito – e não há nada melhor do que voltar à casa onde tudo começou para juntar a família e os amigos de infância.
Desde que terminou o 12º ano no Externato Dom Fuas Roupinho esteve sempre ligado à hotelaria, desde a restauração a vários hotéis em Cascais, Sintra e no Algarve, onde já está desde 1999 e onde tem sido muito feliz, profissionalmente. Com 3 filhos, nenhum natural da Nazaré, a sua vida profissional não lhe deu o privilégio de crescer profissionalmente e fazer vida na Nazaré.
Iniciou o percurso em direção hoteleira nos hotéis Vila Galé. Durante 3 anos foi assistente de direção em várias unidades hoteleiras no Algarve e depois trabalhou 15 anos nos hotéis Tivoli, onde participou na direção de 7 unidades hoteleiras, inicialmente na direção de Food&Beverage e depois como diretor geral. Até chegar ao grupo SANA HOTELS, onde tem sido feliz, porque “tenho uma equipa fabulosa no EPIC SANA Algarve e uma administração com uma visão de negócio muito dinâmica, estruturada, desafiante e de longo prazo”.
RN-Que características é necessário ter para se exercer o cargo de Diretor de Hotel?
MC-Ser um director geral de um hotel significa estar emocionalmente ligado 365 dias este ano ao hotel, às equipes e aos clientes, assumindo o um papel de mentor, aquele que nunca desiste e que vive eternamente apaixonado pelo que faz. Ser director de um hotel de topo mundial, implica por isso mesmo, uma filosofia de vida em que o hotel é a maior prioridade na sua vida.
Muito embora o compromisso organizacional permaneça uma das características naturais num cargo desta natureza, a hotelaria é uma indústria de pessoas para pessoas e por isso a liderança deve assumir um papel de trabalho em equipa, estabelecendo uma relação de pertença, mas ao mesmo tempo um papel de desafiador.
Gosto de me assumir como um gestor da mudança e de projetar os meus hotéis e as minhas equipas para o futuro.
RN-Quais os critérios que o levaram a que fosse, este ano, eleito o Melhor Diretor de Hotel” dos Prémios Xénios?
MC-As candidaturas aos Xénios 2021 decorreram no inicio do ano através dos associados da ADHP de Portugal, que nomeiam os profissionais que se destacaram justificando a candidatura, com um relatório de atividades referentes a 2020. Apenas foram aceites as candidaturas de profissionais que estiveram ao serviço a maior parte do ano de 2020.
Os candidatos finalistas foram submetidos a uma avaliação e votação online no site do Congresso da ADHP. Os três mais votados em cada categoria passaram depois para um painel que avaliou o percurso de cada um. Este júri é constituído por personalidades do setor do turismo. A cerimónia do anúncio e da entrega dos Xénios 2021 aconteceu durante o jantar do XVII Congresso da ADHP em Fátima.
Os critérios prendem-se com os projectos desenvolvidos em 2020, que foi um ano em que o EPIC SANA Algarve se destacou por ter sido um dos primeiros hoteis a abrir depois da 1ª vaga da pandemia, com regras de segurança irrepreensíveis e exemplares, e ainda com novos projectos como por exemplo um novo restaurante Italiano e restaurante Japonês, aumentando o total de restaurantes do hotel para 5 outlets, algo que em 2020 foi totalmente contra a corrente.
RN-O que sentiu quando recebeu a notícia de que tinha sido distinguido com o prémio de melhor Diretor de Hotel?
MC-O meu dia a dia é saber gerir expectativas e emoções! Recebi a notícia de forma muito natural, a pensar sempre na minha equipa porque é a base do meu sucesso profissional. O sentimento é de gratidão por ver reconhecida a minha experiência, o meu conhecimento operacional, mas nunca perco de vista o meu lado humilde e as minhas origens, onde sempre aprendi a escutar todos e ser competente liderando pelo exemplo e não pelo estatuto.
RN-Há quanto tempo exerce o cargo no EPIC SANA Algarve Hotel?
MC-Sou diretor geral do EPIC SANA Algarve desde Janeiro de 2019.
O Principal Objetivo e a nossa ambição é ser o hotel número 1 do Algarve, sem falsas modéstias, alinhando o nível de oferta e de serviço aos melhores hotéis Resort da EUROPA, quer na cultura de serviço quer na experiência gastronómica e de Welness, com a mais valia de termos um centro de congressos com 2.000 m2 e pertencer a uma empresa nacional, que muito nos orgulha, pois estamos a competir com marcas internacionais.
O EPIC SANA Algarve tem 229 unidades de Alojamento com quartos e suites, das quais 160 quartos duplos, 2 suites Deluxe, 43 Suites Resort e 24 Suites Garden com uma capacidade total de 550 clientes.
RN-É a sua primeira experiência como Diretor de Hotel?
MC-A minha primeira experiência como diretor geral foi no hotel TIVOLI LAGOS em 2010. Depois disso fui diretor geral no hotel Tivoli Victoria & Residences em Vilamoura, atual ANANTARA Vilamoura, depois no Palácio de Seteais e Sintra e ainda no hotel TIVOLI CARVOEIRO na praia do Carvoeiro, nome com muito simbolismo para mim pois o meu avô Bento e o meu pai João eram conhecidos na Nazaré por Carvoeiro.
RN-Ao dia de hoje, qual é a perspetiva em termos de reservas para este verão no hotel que dirige?
MC-Existem ainda alguns fatores que não controlamos e que tornam a resposta a esta pergunta bastante difícil. Aqui no Algarve dependemos muito do mercado Nacional e Britânico no verão. É necessário que o país conclua o mais rapidamente possível o plano de vacinação, não recue nos planos de confinamento, se mantenha na zona verde dos países para receber turistas e que a Europa aprove rapidamente o passaporte de vacinação para evitar os custos e os transtornos dos testes covid.
O verão tem tudo para ser melhor que 2020 mas os números de 2019 só vão chegar quando a pandemia terminar e as economias voltarem a crescer, se bem que no segmento de luxo este ultimo fator não é determinante.
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