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Direção do Património Cultural desmente uso de betão no Mosteiro de Alcobaça

Paulo Alexandre

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A denúncia de que a escadaria do monumento estaria a ser reparada com betão causou polémica. Foi o presidente da concelhia do PS de Alcobaça, Rui Alexandre, quem deu visibilidade ao caso, denunciando o alegado uso de cimento nas obras de recuperação da escadaria do Monumento Nacional, inaugurado em 1187 e um dos maiores símbolos da arquitetura gótica do país.

A DGCP garante que a reparação está a ser feita com argamassa de cal e areia. Em comunicado,

a Direção Geral do Património Cultural (DGPC) reagiu às notícias, dizendo tratar-se de uma “informação falsa”, “que de modo algum corresponde à intervenção em curso neste Monumento”.

“A propagação de informações falsas é sempre um ato condenável. Neste caso concreto, tratando-se de um Monumento Nacional que é Património Mundial, as consequências desta mentira ultrapassam o âmbito local, afetando a reputação de Portugal – e do nosso Património – no mundo, nomeadamente junto de instâncias como a UNESCO”, refere o comunicado da DGPC, que esclarece estar em curso no Mosteiro de Alcobaça a empreitada “Conservação e Restauro da Fachada Oeste e Norte Rebocada” com conclusão prevista para o próximo mês de julho.

De acordo com a DGPC, a obra integra diversos trabalhos, nomeadamente o tratamento da pedra da fachada da Igreja, a reparação e pintura de rebocos, caixilharias e gradeamentos e também a melhoria das condições de acesso exterior à nova Portaria-Bilheteira do Mosteiro.

“O acesso exterior compreende uma escadaria muito danificada pelo tempo e pelo uso. Os seus degraus apresentam deformações consideráveis e perdas muito significativas de material pétreo colocando em risco a sua utilização em condições de segurança”, explica fonte daquele organismo. “Nestas circunstâncias, e para preservar a escadaria, entendeu a equipa projetista não substituir ou reparar as pedras existentes – princípio da autenticidade – tendo optado por revestir os degraus em dois lances simétricos, junto do muro do varandim, por uma chapa de aço cortene (com o aspeto idêntico à guarda do varandim), revestida interiormente por um filme de borracha expandida”.

Uma vez que a chapa de aço “não pode ser colocada diretamente sobre uma pedra instável sem causar danos e de forma segura para o utilizador, a superfície dos degraus foi regularizada com recurso a uma argamassa de cal e areia separada da pedra por uma manta de fibra geotêxtil, o que permite que, em qualquer altura, possa ser removida – princípio da reversibilidade”, justifica a DGPC, adiantando que ao longo destes dois lances de chapa de aço cortene que dão acesso ao varandim da fachada do Mosteiro – e à Nova Portaria e à Igreja – “será também instalado um corrimão, permitindo a circulação segura de fiéis e visitantes”.

ICOMOS descarta “atentado ao património”

A comissão portuguesa do ICOMOS (Conselho Internacional dos Monumentos e dos Sítios) deslocou-se, entretanto, ao local para uma ação de fiscalização, tendo concluindo que, “ao contrário do que foi denunciado, não se trata de um “atentado ao património”, mas sim de proteger e garantir a materialidade dos degraus originais, construindo de forma reversível, camadas de desgaste e de proteção que permitam o acesso ao monumento em condições mínimas de segurança”.

De acordo com o relatório da comissão, “esta intervenção não incide na totalidade da escadaria nordeste, mas apenas nos lances lateral esquerdo e direito, ficando a zona central totalmente igual.

Ao criar um acesso continuo, de ambos os lados da escadaria, é possível a utentes destros e canhotos subirem e descerem as escadas em segurança, apoiando-se num corrimão, similar ao existente na escadaria poente e a fixar nas juntas das cantarias”. Segundo o relatório, divulgado esta terça-feira, com esta intervenção ficam protegidos os degraus originais, evitando-se a sua progressiva degradação devido ao aumento de desgaste a que iriam estar sujeitos.

“Com este método, fica igualmente garantida a reversibilidade da intervenção e a incompatibilidade dos materiais, já que irão ficar separados pela manta geotêxtil e pelo Neoprene. O revestimento final em aço corten irá constituir a superfície de desgaste, que poderá ser substituído integralmente e sempre que necessário, sem dano para os degraus originais, para além, de garantirem o acesso em segurança”.

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