Falta concluir o registo de propriedade, que poderá conhecer desenvolvimentos até meados de fevereiro, e o projeto de segurança contra incêndios em edifícios.
A administração da Casa-Museu, edifício instala na Av. Vieira Guimarães, ao lado da esquadra da PSP, espera dar início às obras necessárias para adaptar o equipamento de acordo com as exigências dos projetos atuais de segurança nos edifícios em breve, mas confessa não ter datas para adiantar.
“Vai custar algum dinheiro, mas não sabemos quanto. Estamos a aguardar orçamentos, mas também está tudo parado, neste momento”, por força da pandemia. Só depois, já com os orçamentos, é que nos iremos debruçar sobre as necessidades”, informou António Jesus Fialho.
A data de abertura deste espaço de cultura, dedicado a um dos maiores artistas locais, continua incerta, apesar do prédio ter ficado concluído há uns anos.
“Queríamos ter aberto há dois anos, mas não foi possível. Agora com a pandemia, estamos dependentes da disponibilidade das várias entidades”, adianta o responsável.
A segurança do edifício pode ser, agora, uma nova rubrica a obrigar a um investimento demorado.
“O projeto de segurança esteve parado ANEPC durante mais de um ano. Hoje, a legislação obriga ao cumprimento de vários critérios” e “teremos que ajustar os projetos às novas exigências, e isso custa tempo e dinheiro.”
Queríamos ter aberto há dois anos, mas não foi possível. Agora com a pandemia, estamos dependentes da disponibilidade das várias entidades.
Grande parte do terreno onde foi construído o museu pertencia à família Botas, mas uma parcela de 200 metros quadrados era da autarquia, tendo esta introduzido uma cláusula de reversão do espaço no documento de cedência para que precaver o futuro e no caso da extinção da fundação.
O registo foi atribulado por conta da cedência de parte do terreno pelo Município da Nazaré e da cláusula de reversão dessa parcela de terreno no caso de a Fundação deixar de perseguir os seus objetivos de criação, pelo que tivemos que legalizar a situação e iremos proceder ao registo do edifício.
Todo o processo de construção foi atribulado, com a falência de dois empreiteiros e assunção da administração da obra por parte do Conselho de Administração.
A obra foi iniciada há 17 anos.
Quem foi Mário Ferreira da Silva Botas
Mário Ferreira da Silva Botas nasceu a 23 de dezembro de 1952, na Nazaré, terra dos seus pais e onde fez os estudos primários e secundários.
Aluno brilhante do ensino primário, terminou o secundário com altas classificações e foi dispensado do exame de admissão à faculdade de Medicina de Lisboa, onde ingressou em 1970. Licenciou-se com distinção em julho de 1975, mas quase não chegou a exercer medicina.
Surpreendido por uma leucemia em 1977, dedica-se exclusivamente à pintura que há muito o seduzia, e o levava nas férias a conviver com pintores estrangeiros.
Essa decisão, mas também a esperança da cura, levou-o a Nova Iorque, onde fez, em 1978, uma exposição individual na galeria Martin Summers. Regressado a Lisboa, em 1980, entregou-se à criação, à preparação de exposições e outras atividades artísticas.
Faleceu no dia 29 de setembro de 1983 no Hospital da Cruz Vermelha.
Mário Botas, um dos expoentes maiores da arte portuguesa da segunda metade do século XX, está representado em muitas coleções de Arte. Das muitas exposições da sua imensa obra, destaca-se a retrospetiva que esteve patente no Centro Cultural de Belém em 1999.
A Fundação Casa Museu Mário Botas, ou Fundação Mário Botas, é uma instituição de direito privado e de utilidade pública, instituída pelo pintor Mário Botas no seu testamento público de seis de Junho de 1983.
A obra do edifício da FMB encontra-se em fase de conclusão.
A Fundação entregou um espólio de cerca de 650 obras à Coleção Berardo para conservação, tendo encontrado vários desenhos e pinturas esquecidos, na antiga casa do artista em Lisboa.
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