Numa nota enviada à Comunicação, a organização de um dos mais característicos carnavais da Região começa por dizer que “o povo nazareno vive, respira, sonha com o Carnaval, assim o descrevia Alves Redol, no seu tempo”, mas que esta festa “inigualável, aguardada com enorme entusiasmo por milhares de foliões, todos os anos, ficará por viver num momento mais seguro”.
“Chegámos às vésperas deste evento em Estado de Emergência e com dever de confinamento geral, pelo que a proximidade e espontaneidade que o nosso carnaval de rua exigiria não seriam praticáveis sem que não se registassem repercussões negativas para a saúde de todos”, refere a organização.
Ainda de acordo com a Câmara, tendo em conta a evolução da pandemia de COVID-19 no concelho, mas também por todo o país, foi decidido “não realizar qualquer ação de carnaval, uma alegria incomparável que, tradicionalmente, toma conta das nossas ruas, das salas de baile, dos bares, dos estabelecimentos, dos nazarenos e dos milhares de visitantes, e que se tornou num importante ativo turístico e económico das nossas gentes.
A organização está consciente do impacto social e económico da sua não realização, e como tal deixa a sua palavra de conforto a todos, particularmente os foliões, comerciantes e empresários afetados”.
A festa atrai, em média, 80 mil foliões aos desfiles e dinamiza a economia numa época do ano em que os fluxos de turismo estão menos ativos. Juntamente com a Passagem do Ano, “são dois enormes ativos económicos do concelho, que a autarquia tem vindo a promover, dentro e fora do país, como dois dos pilares promocionais e financeiros locais em épocas de menores fluxos turísticos”, sublinhou Walter Chicharro.
“Neste momento é necessário dar prioridade à vida e deixar para depois da tempestade passar toda a liberdade de festejar”, acrescenta o presidente da autarquia, que “desincentiva qualquer manifestação” relacionada com os festejos que atraem anualmente “entre 80 a 100 mil visitantes”.
Walter Chicharro admitiu à agência Lusa que durante o período carnavalesco possa haver “um reforço de vigilância para dissuadir eventuais concentrações espontâneas alheias à autarquia”, dependendo das próximas “decisões ou restrições que serão anunciadas por parte do Governo”, e apelou a “um comportamento adequado à situação atual”.
A festa marcada pela espontaneidade envolve mais de 40 grupos carnavalescos, ranchos de fantasia e cegadas que se exibem em diferentes salas, animadas por bandas musicais locais que tocam as marchas do ano e os ‘clássicos’ de carnavais passados.
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