O CAR e o Pavilhão da Mata receberam cada um trinta camas para acolher doentes infetados com a Covid-19. Caso a lotação do hospital local seja atingida, estes dois espaços transformados serão utilizados.
“Destina-se a doentes que eventualmente poderiam estar nas suas casas resguardados mas que não têm apoio familiar ou estão isolados e vivem sozinhos, pelo que terão de estar num espaço em que tenham facilmente acesso a respostas a todas as necessidades essenciais”, manifestou a presidente do Conselho de Administração do CHO, Elsa Baião.
Os pavilhões desportivos foram agora transformados em hospitais por iniciativa da Câmara Municipal, que envolveu diversas entidades. A Escola de Sargentos do Exército cedeu as camas e o Caldas Internacional Hotel forneceu toalhas e lençóis. Já a Federação Portuguesa de Badminton disponibilizou o pavilhão que gere, dotado de boas condições para ser um hospital de campanha.
Cada um dos edifícios foi totalmente preparado para esta função, com desinfeções totais, levadas a cabo por empresas especializadas, e adaptação de algumas infraestruturas como revestimento total do piso por um material lavável e fácil de desinfetar.
Caso entrem efetivamente em funcionamento, a autarquia irá assegurar também a água, luz, aquecimento, limpeza, alimentação e oxigénio.
Ao hospital cabe a responsabilidade de funcionamento, nomeadamente a gestão de resíduos hospitalares e a organização de recursos humanos, estando a preparar a contratação de 24 médicos, 30 enfermeiros, 30 auxiliares de ação médica.
O melhor que podia acontecer, segundo o presidente da Câmara, Tinta Ferreira, “era que não fossem utilizados os hospitais”. Todavia, o autarca sublinha que é “preciso estar preparado para a eventualidade” de ser necessário aumentar a capacidade hospitalar instalada uma vez que, segundo os dados epidemiológicos, os casos vão continuar a aumentar até meados de abril.
Para o autarca, as condições criadas no CAR tornam o espaço “seguramente um dos melhores hospitais de campanha do país”. O pavilhão tem dez anos e “está muito bem cuidado, com todas as condições de conforto, climatização, balneários diversos, postos médicos, zona social e de estar, o que tornará menos difícil o momento em que aqui estão”. Na cozinha serão confecionadas as refeições para os dois hospitais.
A directora clínica do CHO, Filomena Rodrigues, acrescentou que devido à proximidade da unidade das Caldas da Rainha do CHO, o Pavilhão da Mata “poderá ser utilizado para o tratamento de doentes infetados com outro tipo de situações, quando esgotada a capacidade do CHO.
Os dois hospitais de campanha resultam de um investimento superior a 20 mil euros por parte da autarquia, que irá ainda investir cerca de cinco mil euros na aquisição de garrafas de oxigénio.
A administradora do CHO sublinhou que o hospital das Caldas da Rainha foi reestruturado para ter um circuito para doentes com a Covid-19 e outro para os restantes doentes, indicando que em cada uma das áreas trabalham equipas diferentes.
Francisco Gomes
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