A junta de freguesia de São Martinho do Porto, que foi recentemente confrontada com queixas da população sobre maus cheiros alegadamente oriundos do espalhamento de resíduos de uma pecuária da freguesia vizinha de Alfeizerão em terrenos de uma quinta à entrada da vila, considera que “se a ETES estivesse a funcionar não se colocaria este problema, porque os resíduos poderiam ser transportados para aqui”, indicou Joaquim Clérigo, presidente da autarquia.
O autarca disse terem havido “descargas permanentes” ao longo de uma semana, levando-o a relatar o caso a vários organismos estatais e regionais. “Não sei se é ilegal, mas não devia ser permitido devido ao cheiro dentro da vila”, manifestou, afirmando que a situação está a “prejudicar o turismo”.
“Estamos autorizados e após o espalhamento pelas cisternas o terreno é revolvido com um trator e não há mau cheiro. É um falso argumento para acabar com a agricultura em São Martinho do Porto”, contrapôs um responsável da quinta onde centenas de milhares de litros de resíduos foram depositados.
A ETES de São Martinho do Porto, num investimento de 4.6 milhões de euros, com fundos europeus, é da responsabilidade da Trevo Oeste, participada por capitais públicos pela Águas de Portugal, Comunidade Intermunicipal do Oeste e seis câmaras municipais.
Contatadas algumas destas entidades envolvidas, disseram que o processo aguarda medidas da tutela governativa, ninguém se responsabilizando pelo facto de a obra não estar a funcionar.
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