Assinalando o dia em que estreou a novela Nazaré, a CDU veio manifestar o seu mais profundo desacordo com “a aposta do executivo municipal do PS em desbaratar os dinheiros públicos ao mesmo tempo que esmaga a população com taxas, tarifas e impostos municipais no máximo”.
Para a CDU trata-se de uma “promoção cega à custa das populações” razão pela qual “demonstramos o nosso repúdio com este tipo de políticas de propaganda, pois conhecemos bem a difícil situação financeira da CMN”.
A CDU insiste que a dívida não desapareceu, “ainda que a CMN continue a ter práticas de autarquia endinheirada”, e reafirma que a sua desaprovação “destas políticas de promoção que apenas se traduzirão em maior concentração de turistas num território pouco preparado para os receber”.
A coligação debruça-se sobre o último Verão e fala em “caos no trânsito, a falta de estacionamento, o ruído” para falar de uma “das formas mais evidentes de poluição e um sem número de atividades a conflituar na marginal da Nazaré que em nada abona a favor da qualidade da nossa oferta turística”.
“Desaprovamos estas políticas que depositam largos milhares de euros dos cofres públicos em eventos que de estruturante muito pouco irão deixar para o nosso futuro colectivo: falamos da novela “Nazaré”, como podemos falar nos 280 mil euros injectados em entidades externas como a PRO BEACH SOCCER, SL para a promoção do futebol de praia, ao mesmo tempo que o
argumento do estrangulamento das finanças da CMN é utilizado para não apoiar o movimento associativo local que tem ajudado a edificar uma sociedade mais participativa, mais democrática, mais justa e solidária”.
A CDU vai atrás no tempo para lembrar que a marca Nazaré sempre andou nas bocas do mundo mediático.
“Desengane-se quem ousa pensar que levar a Nazaré ao grande ecrã é mais um passo de mágica deste executivo! Num breve exercício histórico é fácil comprovar que a Nazaré, desde o final dos anos 20 do século passado, foi matéria central para várias esferas das artes, principalmente para o cinema: Nazaré, Praia de Pescadores (1929), Leitão de Barros; Maria do Mar (1930), Leitão de Barros; Nazaré (1952), Manuel de Guimarães ou A Promessa (1973) de António de Macedo, filme que representou Portugal no festival de cinema de Cannes”.
Em comunicado, a CDU reforça que desaprova frontalmente “estas políticas de dinamização económica que acentuam a degradação do nosso património, do ambiente e da qualidade de vida das populações, expulsando-as para as periferias – recorde-se que a Nazaré é um dos 25 concelhos onde a habitação é mais cara em Portugal – e assim, como já alguns investigadores sustentam, as populações autóctones estão a ser esmagadas pelo fenómeno que está em mutação passando
da “Turistificação” para a “Tristificação” dos povos e dos territórios que se adulteram, artificializam e desenraízam”.
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