Rei
António Oliveira “Tato”
Nasceu no Brasil e veio para a Nazaré com 15 anos. Quais as memórias que guarda do carnaval do seu tempo de infância e adolescente no Brasil?
Da infância, recordo dos meus pais me ensaiarem para ir à festa da escola, o que é prática corrente das escolas brasileiras, pelo menos naquela altura, já da adolescência recordo assistir pela televisão, como qualquer brasileiro, aos desfiles de carnaval em São Paulo e no Rio de Janeiro. O meu primeiro contacto direto com o carnaval ocorreu em Santos, uma cidade do litoral de São Paulo, aonde acompanhei um desfile de escolas de samba, embora num formato um pouco menor dos que se efetuam em São Paulo ou Rio de Janeiro. As fantasias, a música, as danças, e toda a envolvente desta festa me cativaram, mas principalmente a bateria das escolas de samba … essas sim me provocavam o desejo de poder participar também daquela festa. Lembro, também, que nessa altura meus pais e tios iam para Santos passar umas miniférias, e é nessa altura que começo a ter contacto com a cultura nazarena, pois quando estavam juntos, como qualquer emigrante, recordavam, com saudades, um carnaval que era muito próprio deles, o carnaval da sua Nazaré, e cantavam as marchas, relembravam as cegadas, em que participaram e, por vezes, até faziam uma representação para família, o que era sempre muito engraçado.
Quando participou pela vez no Carnaval da Nazaré, o que mais o surpreendeu?
O meu primeiro contacto com o carnaval da Nazaré foi num baile do Mar Alto e recordo que o ambiente que se vivia era tão intenso que logo me cativou. Era uma sensação de prazer misturado com alegria que nem sei bem explicar. Só vivenciando esse momento. A primeira vez que participei efetivamente no Carnaval da Nazaré foi em 1992, num grande grupo de carnaval da Pederneira: “Os Cá de Cima”, com o tema dos frutos aonde pude colaborar com pessoas incríveis como o José Palmeira (Zé Marreta), o José Mário, o Olavo Barbosa e uma Senhora incrível como a Dona Elena e a sua filha Marisa, na execução do carro alegórico. Foi, também, a primeira vez que desfilei na marginal. O que mais me surpreendeu na altura foi o ambiente que se vivia dentro e fora do desfile. Parecia que as pessoas tinham sido atingidas por uma epidemia de felicidade. Era contagiante ver a alegria no seu rosto.
Gostou logo do que viu ou demorou a entrar na onda?
Gostei logo de imediato. Aliás não tem como não gostar, afinal estamos a falar de coisas boas, alegria, diversão, boa disposição, amizade, cumplicidade, enfim é muito fácil entrar na onda.
Era muito diferente do momento atual?
Em alguns aspetos sim. Há certos hábitos que se foram perdendo com o tempo, como por exemplo: antigamente no intervalo dos bailes íamos a casa comer alguma coisa para depois regressar à diversão; e eram sempre momentos muito divertidos, pois estávamos num ambiente de festa contínua entre família e amigos. Hoje era na minha casa, no dia seguinte noutra casa e por aí a fora. Lembro, também, o talim talão que, por sinal, chegaram a fazer em minha casa, pouco tempo depois de me casar. Lembro-me do furto de animais de criação (por puro gozo, claro) para depois se fazer um belo almoço ou lanche, e o furtado era convidado a comer, e às vezes sem saber que tinha sido roubado. Enfim, eram brincadeiras que se faziam na altura e que agora já não se fazem.
A forma como os nazarenos vivem o entrudo alterou-se com o passar dos anos?
É evidente que se alterou, muito embora se mantenham os mesmos hábitos tradicionais, mas estes foram adaptados ao nosso tempo. Por exemplo: continuamos a ir ao São Brás, como era tradição, mas com outras condições. As várias salas de baile têm, hoje em dia, um ambiente diferente do que era antigamente, com outro tipo de distrações, nomeadamente os karokes das marchas, os vídeos, os Dj´s; enfim uma panóplia de atrativos que antigamente não existiam. Havia apenas a banda, e isso bastava. Também temos, hoje, os bares, que fazem os seus próprios bailes de carnaval e que coabitam com os bailes das salas tradicionais, e isso é fruto dos tempos que vivemos. Hoje temos um sábado magro diferente do que era antigamente, com vários grupos nas ruas da vila a darem mais beleza à Nazaré (se é que isso é possível); temos mais bailes de rua, a apresentação dos reis a seguir à passagem de ano, exposições sobre o Carnaval local, assim como uma série de atividades que, quanto a mim, promovem e bem o nosso carnaval.
O carnaval é uma tradição na sua família?
Sim. Meu pai e meus tios já eram foliões ainda eu não era nascido. Faziam cegadas, escreviam marchas, participavam em grupos de carnaval, e gozavam o carnaval nos tempos da ditadura, e da guerra, em condições difíceis, e ainda o gozavam. Foi muito por influência deles que aprendi a gostar de carnaval. Com meu tio Joaquim aprendi a apreciar as cegadas e tudo o que ela significa. Com meu pai ganhei o gosto pela música, por escrever as marchas de carnaval. Aliás, a primeira vez que desfilei, como referi anteriormente em 1992, a letra da marcha foi composta por ele. Tenho muitas saudades de lhe mostrar as letras que eu escrevia só para ter o prazer da sua aprovação, e ouvir: “isto é marcha!”. Das que não gostava tanto, dizia que estavam “bonitas”.
Das atividades que marcam o carnaval (bailes, execução das marchas, desfiles, cegadas, brincadeiras, bandas infernais), qual é a sua preferida ou preferidas?
A minha preferência sempre foi pelos carros alegóricos, não só pelo carro em si, mas pelo convívio com os outros grupos, na Bonarte, e pela satisfação de ver os elementos do grupo ao qual pertencia orgulhoso, de terem um carro bonito para desfilarem. Depois, com o passar do tempo, comecei a gostar das bandas infernais, um pouco mais fáceis de gerir. Quando os “Cá de Cima” optaram por parar definitivamente criei uma banda infernal da Pederneira “Os Bastilhões” porque não conseguia parar de participar na festa. Tenho um profundo respeito e admiração pelas pessoas que fazem e faziam as cegadas e os ranchos.
Pertence aos Bastilhões. O que diferencia este, dos outros grupos? Ou qual é a principal característica?
Os Bastilhões surgem numa altura em que vários grupos da Pederneira tinham desistido, pelos mais diversos motivos, de participar nos desfiles. A Pederneira chegou a participar do Carnaval da Nazaré com 9 carros alegóricos. Recordo-me, com alguma nostalgia, de todos: Os Cá de Cima, do qual eu fazia parte, a Malta Jovem, os Vik´s, os Pimpolhos, os Lasm´s, a Maltinha da Tijuca, os Rinhecas e Rinhocas, os Fracassos, a Famelga do Xiri, os Rolhas; enfim era uma força de Carnaval incrível. Quando essa força começou a esmorecer tive a ideia de criar os Bastilhões, e ainda bem pois consegui unir elementos dos vários grupos num só, o que me deu um gozo enorme, tanto mais que algumas pessoas diziam que tal não era possível. Aconteceu e estão a completar 12 carnavais (2018), umas vezes com mais outras vezes com menos elementos, mas sempre com muita alegria. A principal característica do grupo é o gosto comum pela festa, que é tão nossa, e como a grande maioria dos elementos é da Pederneira diria que também é um pouco de orgulho bairrista em pertencer a esta localidade.
O que diferencia o carnaval da Nazaré dos restantes? Qual é principal caraterística?
Eu costumo dizer que o carnaval da Nazaré não é nem melhor nem pior do qualquer outro, mas sim diferente, porque é nosso, feito por nós e para nós, e penso ser essa uma das particularidades que o torna diferente dos outros. Não fazemos carnaval para vender, mas fazemos por que gostamos, porque nos faz sentir bem, embora isso tenha os seus contributos para a economia local. O verdadeiro folião é aquele que faz cegadas, ranchos, carros alegóricos, músicas, marchas, que desfila e o faz por prazer de pertencer a esta terra, pelo orgulho de ser nazareno. Para aqueles que nos visitam, se gostarem ótimo! ficamos todos satisfeitos. Se não gostarem, nós gostamos, e é assim que ele se irá manter.
As marchas são outra das imagens de marcas de Carnaval da Nazaré. É possível indicar entre 4 a 5 marchas que mais gosta ou que mais a marcaram?
Essa é fácil: “É de ceda”, Nazaré contente, Olá Cegonha (Os Cá de Cima),Tás a ver Alice (Mata Jovem), Ai Bastião (Marcha da sala da Pederneira) e há mais, mas estas, sem dúvida, adoro.
O São Brás era, tradicionalmente, a data de arranque oficial do Carnaval. Qual é o valor desta festa popular/convívio para si?
É, sem dúvida, uma data muito importante para qualquer nazareno e tem um simbolismo muito grande, pois como diz marca o início de uma festa tão esperada e desejada. É sempre um bom motivo para conviver com os amigos e familiares e rever outros que, devido à vida particular, não estão tantas vezes juntos. É uma festa de união e confraternização do povo nazareno e não só, pois já há muita gente que não é da Nazaré e que gosta de ir à festa de São Brás.
Há alguma tradição do carnaval nazareno que se esteja em risco de se perder e que gostaria de salvaguardar?
Penso que a utilização do traje nos dias que antecedem o carnaval é uma das tradições que, com o passar dos anos, se está a perder, não tanto por parte das mulheres, mas mais por parte dos homens. Há uns 20 anos, lembro-me de ver os homens trajados com barrete e ceroulas, ou com os trajes de fim-de-semana, e as mulheres com as sete saias, o lenço e os aventais maravilhosos; algo que não vemos em mais lado nenhum, e isso tornava a nossa marginal ainda mais bonita. A malta mais nova está a perder uma tradição que faz parte da cultura local, e é uma pena.
O desfile do corso é o lado mais visível para quem visita a Nazaré. Sabe quantos grupos e carros vão desfilar este ano? Vai haver alguma novidade face aos anos anteriores?
Segundo informação da comissão de carnaval mais de uma dezena de carros alegóricos e cerca de 20 grupos. Quanto às novidades, temos um palco coberto e um outro de apoio, com os respetivos apresentadores dos desfiles de Domingo e Terça-feira, e ainda, se tudo estiver pronto, a transmissão em direto do corso carnavalesco, o que é uma mais-valia, principalmente para os nossos emigrantes.
O Carnaval é fortemente vivido pelas comunidades emigrantes no exterior, que levaram para os países de acolhimento as suas raízes culturais e o gosto por esta festa. Já participou em alguma dessas ocasiões? É vivida lá como se estivessem aqui?
Não, felizmente nunca participei. Não me imagino a passar o carnaval em nenhum outro lugar, mas conheço amigos meus que estão fora na França, no Canadá, na Bélgica, na Suíça, no Luxemburgo, que contam como o carnaval é vivido lá. Quando estão em grande número organizam-se, e fazem bailes ao som das nossas marchas. Já me chegaram a pedir para escrever marchas para depois passarem lá. Quando estão em menor número dizem que lhes passa um pouco ao lado, não por terem deixado de gostar do carnaval, mas para não se lembrarem. Assim, custa menos.
Ser Rei do Carnaval é um desejo de qualquer nazareno que gosta da festa? Ou uma “limitação” para quem gosta de viver a festa sem compromissos oficiais?
Eu penso que se verificam as duas situações. Existem pessoas que são foliões a vida inteira, mas que não tem a pretensão de desempenhar esse pape. Outras têm esse desejo, mas que não se manifestam, e outras que se autopromovem para desempenhar esse papel. Existe um pouco de tudo. Eu conheço pessoas que já foram convidadas, grandes foliões, e simplesmente não aceitaram. Como é evidente, não se toma a decisão de ânimo leve, pois à partida sabemos que vamos ter de participar em vários compromissos: uns que são estipulados pela comissão de carnaval, e outros que vão surgindo por intermédio dos grupos de carnaval e salas de baile, e ao mesmo tempo temos de conciliar isso com a nossa vida pessoal e profissional. Não sei se isso será um dos motivos pelo qual nem toda gente que gosta de carnaval aceita ser rei ou rainha, mas posso dizer que é uma experiência única na vida e quem gosta do carnaval da Nazaré deveria experimentar.
Quando recebeu o convite, qual foi a reação? Os amigos e familiares apoiaram?
Recebi com alguma surpresa, pois nunca tive a intenção de ser rei de carnaval. Confesso que gostava muito de ver os reis de carnaval nas salas de baile, durante os desfiles e todo aquela azáfama à sua volta. Alguns dos que foram reis e rainhas são meus amigos e amigas e, por vezes, em conversa diziam que era uma experiência única, mas nunca me havia despertado o interesse até agora. A família e os amigos foram um fator determinante na minha decisão. Foram eles que me incentivaram e me apoiaram logo no primeiro momento, pois diziam que eu tinha todas as condições para desempenhar bem o papel. Só posso agradecer à família e aos amigos o fato de poder estar a desfrutar cada momento desta aventura.
Pelo trono já passaram várias “personalidades” da terra. Cada uma com as suas características. Mas todas com um grande amor ao CARNAVAL. Quais as características que deve ter o Casal Real do Carnaval da Nazaré?
Penso que o casal real deve, literalmente, ter o carnaval na alma. Devem conhecer a fundo o carnaval da Nazaré, devem ser pessoas que lhe possamos reconhecer o mérito de estar ali naquele lugar, por tudo o que já fizeram pelo carnaval; devem ser pessoas com as quais nos possamos identificar e que naquele momento estão a dar a cara e a voz na representação de todo o esforço de uma população que, na sua grande maioria, trabalha para esta festa ainda que por puro prazer. Devem ser pessoas alegres, divertidas, mas sem exageros e acima de tudo devem ser responsáveis pois o carnaval ainda que seja para brincar, para nós foliões é uma coisa muito séria.
Rainha
Maria Adália “Dalinha”
Ser Rainha é, para si, o concretizar de um sonho?
Ser rainha nunca foi algo que eu ambicionasse, mas uma vez recebido o convite estou certamente a viver um sonho.
Quando recebeu o convite, aceitou de imediato ou precisou de pensar no assunto?
Depois de receber o convite, confesso que ainda fiquei a pensar no assunto.
Sabemos que a escolha dos Reis está relacionada, entre outros aspetos, com a vivência regular destes festejos. Ainda se lembra como foi ou quando foi a primeira grande participação nesta festa, que se vive de maneira tão própria na Nazaré?
Sempre tive o carnaval na alma. Já participo no nosso carnaval desde os meus 6 anos, entre ranchos, brincadeiras e a banda infernal.
De qual edição do vosso Carnaval guarda a melhor recordação? Há alguma razão em especial para isso?
O primeiro ano das Maltezas, em 2004. Porque o Sítio da Nazaré não tinha nenhuma banda infernal e foi um orgulho enorme sairmos nesse Domingo 34 mulheres e hoje já somos mais de 700.
Ouve-se de muitos nazarenos que o carnaval é uma das épocas mais marcante do ano. É para si, assim? Quando é que começa a contar o tempo que falta para uma das maiores festas do ano, na Nazaré?
Sim, de facto o Carnaval para mim é uma das épocas mais marcantes do ano. Assim que passa o Natal começo logo a pensar nos preparativos para o próximo carnaval.
Sabemos que, pelo menos durante uma semana (a de saída dos grupos, das brincadeiras, bailes e desfiles) as andanças de quem vive a festa não para. São horas e horas vividas com grande intensidade. Já andou nesta roda, de bailes, noites, dias, desfiles … sem ir à cama?
Sem ir à cama não! Mas é certo que nesses dias só dormimos umas 3 horas para conseguirmos aproveitar cada minuto de folia.
As mulheres da Nazaré vivem o Carnaval de uma forma diferente dos homens? Como?
Eu acho que sim. Penso que nós mulheres vivemos mais intensamente o Carnaval. E, atualmente, vemos que os grupos têm cada vez mais mulheres em detrimento dos homens na sua organização.
Quais foram os grupos em que participou?
Maltezas, A Maltinha, Recordações do Sítio entre outras brincadeiras.
Atualmente, pertence às Maltezas. O que diferencia este, dos outros?
Nada. Embora seja a minha banda infernal e tenha nela, eu e a restante comissão, um enorme motivo de orgulho, cada grupo é único e importante para o nosso Carnaval.
A importância dos grupos no carnaval nazareno tem o mesmo peso ou é maior face a anos passados?
Eu penso que tenha um peso acrescido atualmente. Hoje o nosso carnaval quer-se mais organizado e sem grupos essa organização torna-se difícil.
As marchas são outra das imagens de marcas de Carnaval da Nazaré. É possível indicar entre 4 a 5 marchas que mais gosta ou que mais a marcaram?
Chambres, o Touro Lindo, Maltezas e o Hino ao Carnaval da nazaré de 2018
O São Brás era, tradicionalmente, a data de arranque oficial do Carnaval. Qual é o valor desta festa popular/convívio para si?
Embora hoje em dia, efetivamente o Carnaval começa mais cedo com a apresentação das marchas dos mais diversos grupos em bares e assim, para mim o S. Brás continua a marcar o inicio oficial do Carnaval.
Como foi a reação dos amigos e familiares quando souberam da escolha do seu nome para rainha?
Ficaram tão contentes como eu.
Como se explica a um “paleco” o que é e como é Carnaval da Nazaré, bem como a importância que tem para os nazarenos?
Não se explica, o nosso carnaval sente-se.
A forma como os nazarenos vivem o entrudo se alterou com o passar dos anos? Intensificou-se? Democratizou-se? Ou perdeu algumas características?
Eu penso que passou a ser mais organizado. Dentro da tradicional desorganização do nosso entrudo, hoje em dia já é uma desorganização organizada.
O Carnaval é fortemente vivido pelas comunidades emigrantes no exterior, que levaram para os países de acolhimento as suas raízes culturais e o gosto por esta festa. Já participou em alguma dessas ocasiões? É vivida lá como se estivessem aqui?
Nunca participei em nada no estrangeiro, mas acho muito bem que as nossas gentes levem até aos países que os acolheram um bocadinho de um carnaval que é tão nosso.
Há também quem não goste da época do Carnaval? Conhece alguém. Já tentou convencê-la do contrário e levá-la a uma das festas que marcam a data?
Por acaso não conheço ninguém que não goste de Carnaval. Até pelo contrário, mesmo quem é de fora vem uma vez e adora.
Já é conhecida a ordem de saída dos grupos nos desfiles de segunda-feira (à noite), domingo e terça-feira.
A orientação dos participantes nos três corsos foi sorteada na reunião do passado dia 29 de janeiro, que decorreu na Biblioteca Municipal da Nazaré.
A sequência de apresentação em público mantém-se inalterada mesmo nos dias em que não haja a participação de todos os grupos.
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