“Quando surgiu a ideia de fazer regressar o gosto pelo presépio há 6 anos, fizemos uma exposição com figuras de barro, mas depois veio a de recriarmos a Nazaré com bonecos, e mostrando as localidades e os seus principais marcos culturais”, explicou Fernando Barqueiro, do Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré, a entidade que apresenta esta mostra.
As figuras presentes neste presépio de grandes dimensões são bonecos vestidos com os variadíssimos trajes da Nazaré e as casas em miniatura são a reconstituição da Nazaré, Sítio e Pederneira dos anos de 1930.
Dos presépios tradicionais em barro aos mais atuais, a exposição mostra a evolução das representações do nascimento de Jesus, ao longo de várias décadas.
A representação da sede do concelho, com os três núcleos populacionais – Praia, Pederneira e Sítio – é um dos destaques desta exposição, composta por mais de 100 casas e quase 200 bonecos em miniatura, vestidos com os trajes típicos, e os vários edifícios com história e património arquitetónico representado, como a Casa da Câmara da Pederneira; o elevador que liga a Praia ao Sítio; o Santuário de Nossa Senhora da Nazaré; o Coreto; a Ermida da Memória; o Forte de S. Miguel Arcanjo; as hortas da Pederneira; a marginal; as Praças (Manuel de Arriaga e Sousa Oliveira); os challets e as casas típicas dos pescadores.
“Temos aqui representado o período 1930-1940, para nós o que mais características interessantes apresenta, do ponto de vista cultural e típico da Nazaré”. Através desta exposição, pretendemos mostrar “as salas de visita da Nazaré e as raízes culturais de cada um dos núcleos populacionais, com grande significado histórico para a formação desta povoação”.
O presépio vai continuar a crescer. Mas o espaço físico onde decorre a mostra não permite mais acrescentos. “Aos poucos estamos a fazer telhas em barro” e mais elementos para aumentar o espólio que é muito procurado, em particular por locais “que chegam ao local e recordam momentos passados noutras décadas”.
Composta por cinco grandes presépios, a exposição apresenta, ainda, outra criação do Grupo Etnográfico Danças e Cantares da Nazaré, o presépio “nazareno”, em que as figuras envergam os trajes tradicionais locais. O cenário do nascimento de Jesus é uma embarcação de pesca típica.
Manter viva a tradição e costumes do festejo desta quadra são alguns dos objetivos desta mostra, que conta com os trabalhos dos artesãos do Grupo, como Fernando Barqueiro e Edmundo José Barbosa. “É um espólio que também é da Nazaré” e poderá ser reaproveitado para outros trabalhos.
Os “Presépios Tradicionais da Nazaré” podem ser visitados de segunda a domingo.
A entrada é gratuita.
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