Paulo Inácio recuperou a maioria absoluta, perdida há 4 anos, na Câmara da Alcobaça, tendo obtido 43,98% dos votos no concelho, o equivalente a 11.956 eleitores que votaram PSD.
O PS também subiu na votação, tendo registado 21,58% , com 5.866 votos, foram mais 619 votos do que em 2013, elegendo dois vereadores, Cláudia Vicente e César Santos.
O CDS-PP, registou15,25% , com 4.145 votos, mantendo Carlos Bonifácio como vereador.
Por outro lado, a CDU, de Rogério Raimundo, deixou de ter representação no executivo camarário, 20 anos depois, somando 7,64% , com 2.076 votos, menos 1.100 do que nas últimas eleições autárquicas.
O BE registou 2,96% com 805 votos e o PDR 0,79% com 216 votos.
Para a Assembleia Municipal, o PSD venceu com 40,49% dos votos, o PS, com 22,90% , CDS-PP, com 15,33% , a CDU, com 8,21% , BE, com 3,54% , e PDR, com 0,94% .
Paulo Inácio vê a vitória como o resultado do trabalho e da mensagem que transmitiu ao eleitorado. “Apresentámos um programa bem elaborado que nos conferiu uma maioria para governar com clareza e precisão”.
Terminada a campanha, obtida a vitória, Paulo Inácio refere que foi uma campanha que “decorreu de forma ordeira, sem ofender ninguém e com elevação. Apresentamos o nosso projeto aos eleitores de esquerda e de direita pois quem se candidata à presidência de uma Câmara Municipal, candidata-se a ser presidente de todos munícipes, independentemente da sua ideologia político-partidária”.
Para os próximos 4 anos, o Presidente da Câmara Municipal irá “executar os 14 compromissos apresentados durante a campanha, que por sua vez estão plasmados no Projeto Estratégico de Desenvolvimento de Alcobaça”.
“Desejo contribuir para a felicidade de todos os munícipes e para o crescimento continuo da qualidade de vida e da solidariedade para com o seu próximo. Pretendo um concelho com taxas de desemprego reduzidas, com desenvolvimento económico, cultural e social”.
A estreante Cláudia Vicente, irá sentar-se, pelo PS, ao lado de César Santos, na cadeira da oposição.
“Não alcançámos o nosso maior objetivo, mas conseguimos, em termos globais, o melhor resultado dos últimos 24 anos. Não só aumentámos o número de mandatos nas freguesias como conseguimos reeleger um(a) presidente de junta, e ganhar duas novas freguesias, as três com maioria absoluta. Poderá ser um bom indicador para a mudança de paradigma das políticas do concelho no futuro”.
Sobre a sua postura na oposição, “será sempre nossa intenção representar dignamente o eleitorado. O nosso objetivo foi e será sempre o desenvolvimento do concelho e a defesa dos interesses dos munícipes. Para isso teremos sempre uma postura dialogante e construtiva, sem nunca esquecer o programa eleitoral que apresentámos”.
Quanto ao seu primeiro mandato como vereadora na Câmara, Cláudia Vicente “gostaria que, entre as três forças partidárias que vão compor o executivo camarário, houvesse respeito, diálogo e abertura para a concretização de muitas das propostas apresentadas, independentemente de quem tenha sido o seu proponente. Da nossa parte iremos defender os nossos três pilares, a revisão do P.D.M, o aumento da rede de cobertura do saneamento básico e a criação de condições económicas que fomentem a criação de mais postos de trabalho e a melhoria das condições de vida dos munícipes. Em simultâneo defenderemos a concretização das treze prioridades apresentadas para cada uma das freguesias”.
Depois de 20 anos na cadeira de vereador, Rogério Raimundo, está de saída.
“Afirmámos nesta campanha a inabalável confiança no nosso trabalho, intervenção e papel insubstituível que ocupamos no concelho de Alcobaça e no país. Reafirmamos a convicção de que a luta que travamos em defesa dos interesses populares e dos direitos dos trabalhadores, na construção de um Portugal desenvolvido e soberano é tão exigente quanto necessária.
Garantimos que é com a nossa determinação, a nossa intervenção e luta, que o povo português e os Alcobacenses podem contar para defender os seus direitos e construir uma vida melhor”.
Relativamente à campanha e às eleições, Rogério Raimundo agradece “a todos os que confiaram o seu apoio e o seu voto à CDU, aqui afirmamos que esse voto será integralmente respeitado como sempre tem sido. À população que teve depositou confiança na acção da CDU reafirmamos o que cada um conhece: que ali terão uma garantia segura de intervenção dedicada para dar resposta às suas aspirações”.
“Os trabalhadores e o povo sabem que prosseguiremos a nossa acção todos os dias, dando voz às populações, contribuindo para dar solução aos problemas, denunciando o que prejudique os seus direitos e o interesse colectivo. Em Alcobaça realizámos uma campanha de massas, de contacto com as populações, de auscultação de problemas, de conhecimento e diálogo permanente. Uma campanha que seriamente fez o que devia fazer: debater os problemas locais, apresentar e procurar a contribuição da população para as soluções necessárias, prestar contas do trabalho realizado”.
A nível concelhio, a CDU opta por apontar “a confirmação e mesmo fortalecimento da CDU, nomeadamente a votação para a Assembleia de Freguesia da Cela, onde elegemos mais um membro da Assembleia de Freguesia, passando para três os eleitos da CDU, resultado que contribuiu para que o PSD perdesse a maioria absoluta que tinha; ou a eleição de Rui Rufino na Assembleia de Freguesia da Benedita, voltando a CDU muitos anos depois a estar representada neste órgão, são factores que nos dão confiança para o futuro”.
Sobre a perda de posições, nomeadamente o vereador eleito na Câmara Municipal; um eleito na Assembleia Municipal e em algumas Assembleias de Freguesia “é sobretudo uma perda para as populações, que não demorarão a perceber o quanto errado foi a sua opção. Uma perda na presença do trabalho, honestidade e competência que, embora reconhecida, não era devidamente valorizada. Uma perda para os direitos e condições de trabalho das autarquias, para o serviço público, para defesa do ambiente, da cultura, para a participação democrática”.
“Afirmámos durante a campanha eleitoral que o reforço da CDU era em primeiro lugar e decisivamente uma condição de progresso e desenvolvimento locais, uma garantia redobrada de trabalho, honestidade e competência. Mas sublinhámos que mais CDU seria também um factor para fazer avançar mais decididamente a defesa, reposição e conquista de direitos. Vamos continuar, organizados e atentos, afirmando e defendendo as nossas propostas, ao lado da população estimulando a sua participação e luta. Em Alcobaça, como em todos os outros concelhos, é com a CDU que a população continuará a contar para fazer valer os seus interesses”.
Do lado dos menos votados, Lúcia Duarte, que se apresentou a votos com uma campanha diferente, e com o apoio do PDR, e recolheu com 0,94% dos votos, valeu pela forma como decorreu o diálogo com o eleitorado. A candidata a Presidente de Câmara considera que foi positivo “falar com as pessoas e ouvir os seus anseios” e assegura que conseguiu passar a “mensagem. Evidentemente que, se tivéssemos máquina partidária, teríamos conseguido chegar a mais gente, mas somos independentes e pretendemos continuar a sê-lo”.
Muito longe de um lugar nos órgãos autárquicos, Lúcia Duarte promete continuar a ser, do lado do público, uma voz interventiva. “Não estando fisicamente nos órgãos autárquicos, vou continuar como sempre fui: interventiva, apoiando as boas iniciativas, criticando as outras e, acima de tudo, fazer propostas no sentido de ajudar a população” até porque para os “próximos 4 anos, desejo que se comece a trabalhar a sério para levar saneamento à maior parte da população; que se criem transportes que aproximem as pessoas da sede do concelho e entre freguesias; que se aposte”.
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