“Há cerca de mês e meio pedi consulta à minha médica de família porque durante a noite faço muitas interrupções de sono porque paro a respiração”, contou Avelino Custódio, residente nas Caldas da Rainha.
Foi remetido para a especialidade de patologia do sono/pneumo da unidade de Torres Vedras do Centro Hospitalar do Oeste (CHO), mas não queria acreditar quando recebeu a comunicação da consulta. “É uma espera muito longa. Até poderei não estar vivo nessa altura”, manifestou.
Ainda tinha esperança de se tratar de um engano, mas os serviços hospitalares confirmaram a data. “Deixa-me indignado porque a saúde é algo muito importante. Seria já altura de se preocuparem em ter mais médicos para a especialidade”, desabafou.
O JORNAL DAS CALDAS contatou o CHO, que apenas respondeu que o idoso deve expor o seu caso ao Gabinete do Cidadão da instituição, sem adiantar a que se deve tão longa espera, se há mais doentes na mesma situação e se o queixoso não poderá ver o seu estado de saúde agravado.
O idoso sofre de apneia do sono, um distúrbio potencialmente grave em que a pessoa para de respirar, por alguns segundos, diversas vezes durante a noite. As consequências mais importantes são a hipertensão arterial, que frequentemente surge associada, as arritmias cardíacas e, nos casos mais graves, o enfarte do miocárdio, acidentes vasculares cerebrais e morte súbita.
Utentes esperam mais tempo por consultas e cirurgias
A lista de espera para consultas e cirurgias no Centro Hospitalar do Oeste, tanto no hospital das Caldas da Rainha como em Torres Vedras, aumentou de 2015 para este ano, revela a agência Lusa.
O número de cirurgias subiu de 2.480 para 2.484 em Caldas da Rainha e de 2.833 para 2.861 em Torres Vedras, segundo dados até setembro de cada ano. Tanto no hospital de Caldas da Rainha (2.038 para 2.099) como no de Torres Vedras (1.563 para 1.927) aumentou o número de utentes em lista de espera para cirurgia e o tempo médio de espera por uma cirurgia (182 para 238 dias nas Caldas da Rainha e 129 para 183 dias em Torres Vedras).
Nos dois hospitais, aumentaram as cirurgias urgentes (27,5% para 28,7% nas Caldas da Rainha e 33,5% para 36% em Torres Vedras), enquanto as programadas aumentaram nas Caldas da Rainha de 72% para 73,6% , mas decresceram em Torres Vedras (53,6% para 51% ).
As consultas aumentaram nas Caldas da Rainha (48.398 para 52.690), Torres Vedras (48.049 para 50.863) e Peniche (2.645 para 2.714). Contudo, cresceram os utentes em lista de espera: 10.330 para 10.570 em Caldas da Rainha, 5.331 para 6.136 em Torres Vedras e 332 para 451 em Peniche.
Os mesmos dados concluem que há mais utentes a recorrer às urgências. Os atendimentos subiram de 58.264 para 62.836 na urgência médico-cirúrgica de Caldas da Rainha, de 53.334 para 56.272 na de Torres Vedras e de 20.099 para 20.405 na urgência básica de Peniche.
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