O holandês nasceu em Roosendaal, no sul da Holanda, perto da fronteira com a Bélgica. Quinze dias depois nasceria a esposa, a cinco quilómetros de distância, em Wouw.
Ambos tiveram um percurso escolar diferente, o que originou profissões distintas. Ele foi analista químico durante sete anos e depois fez carreira como vendedor. Ela foi secretária do presidente da Câmara de Wouw.
Foi na empresa International Paint, uma multinacional de tintas, onde Frans trabalhou durante anos até chegar a diretor de vendas na Holanda, Bélgica e Luxemburgo, e se reformou aos 60 anos, que lhe chegou a oportunidade de conhecer Portugal. “Tínhamos conferências anuais em vários países e em 1994, na Áustria, conheci um representante da empresa em Portugal, Virgílio Varela. No meio da conversa ele fez-me o convite de vir passar férias à Nazaré, onde nasceu e tinha casa. E desde então venho com a minha família”, conta Frans.
O casal tem uma filha de 42 anos e três netas de 2, 5 e 7 anos. Nazaré e o país foram um encanto para todos.
“Deixámos aqui o nosso coração e mais de vinte anos ainda se mantêm as razões para continuarmos a vir, confessa Frans.
“É a cortesia, tolerância e tranquilidade do povo, a boa comida e os bons vinhos. São as paisagens de velhos sobreiros, o mar e os rios Tejo e Douro, maravilhosos museus e cidades históricas. Um país com um charme especial e que considero como a minha segunda pátria”, declara. A esposa já fala bem português. Ele ainda está a aprender.
“Passei os últimos vinte anos a calcorrear o país com Rina. Contatei, observei e ouvi muitas histórias populares de Portugal. Visitámos museus, igrejas e quintas, e saboreámos as refeições e os vinhos. Ficámos convencidos do quanto Portugal significa para nós, porque aqui somos tão felizes desde há tanto tempo”, manifesta.
“É um país da prosa e da poesia, um país de lendas, rituais e velhos costumes como entretenimento. Procissões, feiras e festivais são muitos”, descreve o holandês, feliz por ser um “convidado”.
Sobre a região, Frans também só tece elogios, começando pelo “bonito parque e mercado da fruta” nas Caldas da Rainha, de onde também não esquece as peças artísticas da Fábrica Bordalo Pinheiro, que costuma levar para os amigos na Holanda, e do Museu José Malhoa.
De Óbidos, para além do castelo, realça a “pitoresca história”, tal como se deixou conquistar por Alcobaça. Mas os elogios são, sobretudo, para a Nazaré, que “é uma vila mágica”.
“Temos aqui muitos amigos, mas um precisa de ser evidenciado – Virgílio Varela – porque nos proporcionou momentos inesquecíveis”, sublinha.
Não pode faltar um passeio matinal pela avenida marginal e o pequeno-almoço tomado num café junto à praia. As refeições de peixe em restaurantes da Nazaré são, “de outro mundo”, para Frans, que realça o robalo, o sargo, o salmão e o linguado.
De tanto elogiar o país junto dos seus conterrâneos, foi já chamado “embaixador de Portugal na Holanda”.
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