O trabalho de 66 minutos, com imagens e documentos de uma investigação orientada por Valdemar Aveiro e Senos da Fonseca, retrata cinco séculos de pesca do bacalhau, mostrando a dureza da vida dos pescadores nos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia.
“Trata-se de um trabalho que não abrange tudo acerca desta temática, que é bastante extensa, havendo alguns aspetos que não foram fáceis de pintar por serem longínquos e por não haver, sobre estes, registo de imagem. É um documentário que pretende, também, mostrar a importância dos portugueses na descoberta de outros mares e uma nação que já possuiu a maior frota pesqueira do mundo”, afirmou Rui Bela.
Se Portugal tivesse que enumerar alguns dos seus feitos mais gloriosos, a descoberta dos mares gelados da Terra Nova e da Gronelândia bem como a pesca do bacalhau no século XV seriam seguramente dois deles.
Ao longo de cinco séculos de história os portugueses levaram mais longe o conhecimento das artes da navegação e da pesca.
Foram os primeiros colonizadores dessas terras tão longínquas e, ainda hoje, apesar de praticamente terem abandonado esses lugares, deixaram marcas profundas na cultura local.
Notáveis na inovação e na construção naval, considerada a melhor por exímios navegadores, detiveram uma das maiores frotas de pesca do mundo e o que resta, são unicamente cinco embarcações: o Creould; o Santa Maria Manuela, o Argus, o Santo André e o Gil Eannes.
“Este projeto visa granjear e preservar as inúmeras lembranças desse passado. Sistematiza a informação escrita, fotográfica e cinematográfica e converte as estórias num autêntico documento audiovisual”, referiu o realizador.
Os autores do trabalho referem que este “não pretende enunciar tudo o que a temática proporciona, até porque isso seria impossível no espaço deste trabalho. É o mais abrangente possível, numa perspetiva histórica, realçando os factos que nos parecem mais relevantes e numa abordagem, até agora, não patenteada”.
O vereador da cultura, Manuel Sequeira, destacou, na apresentação do documentário o retrato feito pelo documentário de “uma vida difícil para onde muitos foram para escapar à guerra colonial”.
Já Rui Bela manifestou o desejo de “que este documentário sirva como uma alavanca para a produção de mais trabalhos que documentem esta epopeia”.
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