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Ilustrações de Alexandre Esgaio na Galeria Paul Girol

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“Tem cuidado quando entrares no meu corpo: só tenho um coração” é o título da exposição que o ilustrador nazareno Alexandre Esgaio apresenta na Galeria Municipal Paul Girol, até 28 de maio.

Composta por várias pinturas, que o autor aplicou em materiais reciclados, como gavetas ou skates, a mostra foi criada de propósito para a exposição, inaugurada no passado sábado, 9 de abril, na presença do Presidente da Câmara Municipal, Walter Chicharro, e do Vice-Presidente, Manuel Sequeira.

Alexandre Esgaio nasceu em 1973, na Nazaré. É formado em psicologia clínica, dedicando-se ao desenho, a tempo inteiro, há vários anos. Muitos dos seus trabalhos foram publicados em livros dirigidos ao público infantil, mas também em mapas, guias ou cartazes de teatro.

As suas criações em banda desenhada e fanzines estão também disponíveis no blog”Maria Macaréu”: http://mariamacareu.blogspot.pt/ e na página de facebook: https://www.facebook.com/DAD

Entrevista a Alexandre Esgaio

“Quis trazer algo especial à terra que tanto me deu”

Como surge esta exposição na Nazaré?

AE: Aceitei o convite do Município para expor na Galeria Paul Girol. Quando iniciei a preparação, e como não gosto de apresentar amontoados, escolhei fazer uma coisa especial para trazer. São trabalhos muito especiais. A preparação desta mostra foi uma experiência completamente diferente do habitual. Esforcei-me para dar a esta terra, que já tanto me deu, algo especial.

Qual é a história que conta?

AE: Esta exposição é como uma história. Eu sei qual é, mas cabe a cada um construir a sua, durante a visita.

As suas ilustrações falam de sentimentos. Pretendem suscitar emoções ou mostrar uma imagem que imaginou, desenvolveu e decidiu apresentar em público?

AE: Gosto que cada um tenha a sua liberdade criativa e faça a sua interpretação. Gosto que os meus desenhos contem histórias. Identifico-me com mais facilidade quando uma ilustração conta alguma coisa ou quando ela dá a possibilidade das pessoas contarem a sua própria história.

Tem cuidado quando entrares no meu corpo … só tenho um coração. O que quis dizer com o título?

AE: Tinha uma série de imagens delineadas do que queria que fosse esta exposição, mas foi só depois do título que tudo ficou definido. O tema tem a ver comigo, com sentimentos e com o coração.

Optou pintar elementos da natureza em material reciclado. É uma mensagem?

AE: A natureza é feita de coisas boas. Nasci aqui. Esta mostra é, também, uma retribuição ao que de bom recebi de cá. A Nazaré é uma terra mágica, de luta e de força. Alguns dos trabalhos que trouxe são presentes para os meus amigos da Nazaré. Refiro-me à onda, ao Forte de S. Miguel Arcanjo, ao Promontório, e até à minha casa, as minhas origens (Bairro dos Pescadores). A outra parte da exposição é mais pessoal.

Como é que chega a estas criações? Por inspiração ou a pedido?

AE: Às vezes, a criação surge de coisas de momento, do nada, e que temos que colocar, de imediato, no papel. Outras vezes, as criações vão sendo trabalhadas. Começam de uma coisinha, que se vai desenvolvendo. Por vezes tenho uma ideia sobre o final. Às vezes concretizo-o, outras chego a outro resultado qualquer.

Como é ser ilustrador em Portugal. É uma profissão reconhecida?

AE: Fazer desenhos ainda é vista como uma arte menor. Não é muito valorizado o trabalho artístico de criação com desenhos. Ainda se ouvem coisas como “… é pessoal que não faz nada”. É difícil viver da arte (desenho, pintura, ilustração, etc.) em Portugal. Deixei a psicologia clínica e dediquei-me à ilustração. Já lá vão alguns anos. Felizmente, tenho tido os meus trabalhos publicados, em vários livros, destinados ao público infantil, mas também em posters, cartazes (teatro), mapas (ordem dos arquitetos), guias turísticos (Oeiras), etc. Tenho tido sorte, que compensa a muita dedicação a esta arte.

Quanto tempo precisou para criar uma exposição como a que trouxe à Nazaré?

AE: Estive um mês fechado. Para se apresentar um trabalho criativo é precisa muita entrega pessoal. Não há horários. Isto sai de nós.

Faz o que gosta?

AE: Sem dúvida. Faz-me estar vivo. Puxa por mim. Se não trabalhar e apresentar o resultado desse esforço, não ganho dinheiro. Este processo de criação e de luta por um objetivo força-nos a estar permanentemente ativos.

Tem cuidado quando entrares no meu corpo … só tenho um coração marca o regresso à Nazaré, com uma nova exposição.

AE: Sim. A primeira exposição realizou-se há alguns anos, quando tinha 18 … Estou, pela primeira vez, na Galeria Municipal Paul Girol. Entre uma e outra, não há comparação. São períodos completamente diferentes.

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