Joaquim, de 60 anos, anda numa cadeira de rodas e teve de ser retirado do prédio de dois andares pelos bombeiros. Foi um dos últimos moradores do rés-do-chão a serem obrigados a abandonar o imóvel, juntamente com uma família de cinco elementos, com um menor, depois de na quinta-feira já terem sido realojados cinco idosos que moram nos pisos superiores.
O Serviço Municipal de Proteção Civil da Nazaré acionou o Plano de Emergência devido à instabilidade da habitação.
A existência de fissuras nos apartamentos foi agravada por uma obra de colocação de telha, que levou parte da parede a ceder porque a estrutura metálica que a suportava não estava devidamente dimensionada, provocando a queda de inertes para a rua e colocando a segurança de pessoas e bens em risco.
Os moradores foram realojados pelo proprietário ou ficaram em casa de familiares.
“Disseram que não podíamos ficar lá ou sequer entrar. Estou um bocado apreensivo porque tenho lá todos os meus haveres e depois de 40 e tal anos a residir ali é com grande desgosto que tenho de abandonar a casa”, declarou Joaquim Gaivinho, do primeiro andar.
“Estamos à espera que deem uma solução, o pouco que tenho está lá dentro. Consegui resgatar a gatinha. Dei uma corrida e agarrei nela antes que aquilo me caísse em cima”, relatou Maria Gabriela, de 71 anos, do segundo andar.
Ana Grilo e António Grilo, ambos de 69 anos, moradores no segundo andar, contaram que “tivemos de sair porque o resto podia cair e matar alguém. Pediram para não nos chegarmos às janelas e que não podíamos ficar de noite”. Maria Gabriela, de 71 anos, revelou que “a Proteção Civil alertou que podia dar-se o caso de haver uma derrocada maior”.
O trânsito na zona foi cortado.
0 Comentários