Giacometti interessou-se pela música popular portuguesa após visitar o Museu do Homem em Paris. Veio viver para Portugal em 1959 quando soube que tinha tuberculose. Acaba por se fixar em Bragança. Fundou os Arquivos Sonoros Portugueses em 1960. Percorreu o país nas décadas seguintes, até 1982, tendo gravado cantores e músicas tradicionais que o povo cantava no seu quotidiano.
Com Fernando Lopes Graça lançou a “Antologia da Música Regional Portuguesa”, os conhecidos discos de sarapilheira, editados pela Arquivos Sonoros Portugueses em cinco volumes. A partir de 1970 apresentou na RTP, durante três anos, o programa “Povo que Canta”, realizado por Alfredo Tropa.
Em 1981 foi editado, pelo Círculo de Leitores, o “Cancioneiro Popular Português” que contou com a colaboração de Fernando Lopes Graça.
Em 1987 foi inaugurado em Setúbal o Museu do Trabalho. O museu teve importante colaboração de Giacometti na elaboração da exposição “O Trabalho faz o Homem”.
Morreu em Faro no dia 24 de Novembro de 1990 e está sepultado na pequena aldeia de Peroguarda, no concelho de Ferreira do Alentejo. Em 1991, o Museu do Trabalho de Setúbal, com uma vasta colecção de instrumentos agrícolas e objectos do quotidiano recolhidos por Giacometti, passou a denominar-se Museu do Trabalho Michel Giacometti. A reabertura foi em 18 de Maio de 1995. O seu espólio encontra-se também noutros museus, como o Museu Municipal de Ferreira do Alentejo, o Museu da Música Portuguesa (Casa Verdades de Faria, no Monte Estoril) e ainda o Museu Nacional de Etnologia. O documentário “Polifonias – Pace é Saluta, Michel Giacometti” foi realizado em 1997 por Pierre-Marie Goulet. Em 2004 foi lançado o livro “Michel Giacometti – caminho para um museu”, aquando de uma exposição organizada pela Câmara Municipal de Cascais.
O saxofonista Mário Marques, o pianista Daniel Bernardes e o artista visual Gonçalo Tarquínio vão apresentar o novo CD/DVD que presta homenagem a este importante legado documentado por Giacometti, numa recriação contemporânea que recorda um passado tão distante quanto presente.
O conceito do espetáculo é ter músicos em palco a tocar com cantares e tocares registados por Giacometti, com vários momentos de improvisação musical, sempre com base naquilo que foi tocado ou cantado pelos intervenientes nos vídeos (aliando a tradição à modernidade).
“Rondó da Carpideira” é formado por Daniel Bernardes, Mário Marques e Gonçalo Tarquínio.
A entrada custa cinco euros.
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