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Vendedores do mercado do peixe nas Caldas da Rainha desanimados com cada vez menos clientes

Francisco Gomes

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Os poucos vendedores do mercado do peixe das Caldas da Rainha receiam que mais dia menos dia esta praça feche, tão escassos são os clientes. O principal problema, apontam, é o estacionamento. “Quando estivemos atrás do quartel dos bombeiros [por altura de obras no mercado] ganhámos mais clientes porque tinham facilidade de estacionar e iam ali”, contou Joaquim Coutinho, de 69 anos, das Caldas da Rainha, vendedor no mercado do peixe há 35 anos, ainda do tempo quando funcionava na Praça 5 de outubro.

Agora o mercado “está a cair aos poucos porque não criaram condições. Caldas merece uma praça como deve ser, com hortaliça, frutas, talho e café. Deviam estar todos juntos. É teimosia. Podiam fazer aqui porque há espaço”, afirmou, defendendo a junção da praça da fruta e do mercado do peixe.

É que, no seu entender, “não há clientes porque está tudo separado”. “Quem vem aqui geralmente são as pessoas de idade que já não têm atividade. Os mais novos vão aos hipermercados de carro, porque têm estacionamento. Mas os hipermercados não têm os produtos que aqui temos”, declarou, sustentando que “também podiam ter feito uma cave com estacionamento para os carros”.

Pagando todos os meses 66 euros pela ocupação de cada banca e 12,5 euros pelo estacionamento reservado aos vendedores, Joaquim Coutinho desabafou que “vamos trabalhando para sobreviver. Hoje nem dá para o gelo”.

O mercado também apresenta algumas lacunas, segundo apontou. “A máquina de fazer gelo avariou e nunca mais arranjaram. Temos de trazer gelo de casa. As pessoas de idade têm dificuldade em subir as escadas. Veem-se à nora. O bar fechou, porque não dá rendimento”, revelou.

O vendedor acredita que “mais uns anos e o mercado fecha”. “Eu falta-me receber dinheiro de alguns clientes e qualquer dia vou-me embora”, adiantou.

Maria João tem 48 anos e é da Nazaré. “Sou vendedora na praça desde pequena”, indicou, confirmando haver uma evolução negativa. “Noutros tempos ganhava mais do que o meu marido. Hoje não faço para as despesas, isto aqui parou”, lamentou, não tendo dúvidas sobre o motivo de tal situação: “Isto é um buraco e não há estacionamento. Estamos aqui escondidos de tudo, se calha fazer as duas praças juntas era diferente. Noutros mercados vê-se gente, aqui não, só ao sábado é que mexe mais. Caldas está habituada à moda dos hipermercados. As pessoas mais velhas têm medo de estacionar no Centro Cultural e de Congressos [que fica próximo e onde se paga após uma hora de utilização]. Dizem que é estreitinho”.

Atualmente são oito os vendedores, mas há quem não apareça todos os dias. Preferem ir para outros mercados. Uma das vendedoras afixou um papel a dizer aos clientes que só vem ao sábado.

Manuel Leal, cliente do mercado, comentou que “nos supermercados é mais caro, mas as pessoas têm tudo ali e têm estacionamento, o que é mais cómodo”. Também disse achar as condições do mercado do peixe “fraquinhas”. O que o faz lá ir é mesmo a qualidade do peixe. “É fresco e mais barato”, sublinhou.

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