O concelho das Caldas da Rainha está acima da média nacional de obesidade infantil. Segundo o estudo efetuado em 28 escolas do primeiro ciclo nas Caldas da Rainha no passado ano letivo pela nutricionista Marta Horta, 36% das crianças do primeiro ano têm excesso de peso e algumas representam mesmo sinais de obesidade. A nutricionista avaliou 392 alunos e 141 estavam acima do peso e com obesidade. De acordo com Marta Horta, Portugal está entre os países da europa com maior número de crianças afetadas por esta epidemia. Recordou que a nível nacional 33,3% das crianças entre os 2 e os 12 anos têm excesso de peso, das quais 16,8% são obesas. “Mais grave é o caso das Caldas da Rainha que está acima da média nacional, tendo em conta que temos mais alunos com obesidade”, apontou a nutricionista.
Marta Horta vai durante este ano letivo acompanhar os alunos que apresentaram sinais de obesidade e tentar sensibilizar os pais para o problema e espera ter alguns resultados positivos no terceiro período. “Houve uma paragem muito grande entre a primeira e a segunda consulta por causa das férias escolares. Agora já conhecendo as crianças acho que podemos ver uma diferença em alguns alunos com excesso de peso, nomeadamente nos hábitos alimentares e índice de massa corporal”, adiantou a responsável.
Marta Horta é a nutricionista que está a trabalhar no projeto “Obesidade Infantil” no âmbito da saúde em contexto escolar do programa @prender.mais-CR da Câmara das Caldas, que tem como parceiro nesta área o ACES Oeste Norte.
Marta Horta revelou que os grandes fatores da obesidade infantil são a má alimentação, a substituição do leite e a água por refrigerantes e a falta de atividade física. “Os pais que trabalham fora encontram menos tempo e energia para preparar as suas refeições, acabando assim por recorrer cada vez mais ao consumo de alimentos ricos em gordura e açúcar”, disse esta responsável revelando que o lanche que as crianças levam para a escola é quase sempre composto por bolachas e doces e sumos com grandes quantidades de açúcar.
Marta Horta aconselha os jovens a lancharem uma fruta, iogurte, bolacha maria ou um pão com queijo.
Ana Pisco, diretora do ACeS Oeste Norte, disse que decidiram assinalar o Dia Internacional da Alimentação com uma semana cheia de atividades que sensibilizam a população para uma alimentação mais saudável, uma vez que “a alimentação tem um papel fundamental na nossa qualidade de vida, sendo muito importante adotar uma dieta saudável para prevenir algumas doenças”,
Com a crise e a diminuição do poder de compra de muitas famílias, quer provar que “comer bem não precisa de ser muito dispendioso, nomeadamente nesta região que é rica em produtos hortícolas e fruta”, adiantou a diretora do ACeS Oeste Norte.
Destacou ainda o projeto de saúde escolar de combate à obesidade infantil, revelando que é nas crianças mais pequenas que se consegue mudar comportamentos.
Workshop de cozinha saudável com ervas aromáticas
No âmbito da semana da alimentação organizada pelo ACeS Oeste Norte, decorreu no passado dia 14, na Escola de Hotelaria e Turismo do Oeste, o workshop “Alimentação saudável no local de trabalho: Marmitas e receitas saudáveis”, realizado por quatro alunos do Curso de Técnicas de Cozinha/Pastelaria, orientados pelo chef Luís Tarenta.
Participaram nesta iniciativa 22 profissionais, entre enfermeiros, médicos e administrativos que trabalham no ACeS Oeste Norte. “É fundamental incentivar práticas mais saudáveis e equilibradas, como a alimentação, para a prevenção”, referiu Jorge Nunes, delegado de saúde, acrescentando que o objetivo era também que os participantes no workshop divulgassem o que aprenderam.
Como há cada vez mais famílias a prepararem comida para levar para o trabalho, o tema escolhido baseou-se na preparação de alimentos que servem para colocar na marmita.
Luís Tarenta ensinou os participantes a cozinhar com menos sal e mais ervas aromáticas. “Uma das grandes dúvidas na nossa alimentação é como tornar a comida mais saudável sem prejudicar o sabor”, disse o chef, que fez os pratos substituindo o sal por ervas aromáticas.
Creme de cenoura assada com semente de sésamo, bifinhos de peru com camarão e salva, puré e batata-doce e legumes foi a ementa escolhida para este workshop. Pannacota de baunilha com frutos vermelhos e pera rocha do Oeste, substituindo o açúcar por mel, foi a sobremesa que o chefe ensinou os participantes a fazer.
No final da iniciativa todos os participantes degustaram os pratos no restaurante de aplicação num almoço de convívio.
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