Entrevista
Região da Nazaré-Como e quando começou a ilustrar ?
Alexandre Esgaio-Comecei a Ilustrar com objectivo de publicar a partir de 2006
RN-Antes de ser ilustrador tinha o “vicío” de desenhar? Que tipo de trabalhos fazia?
AE-O vicio de desenhar vem de miúdo quando passava longas horas sozinho na mesa da cozinha dos meus pais. Mais tarde comecei a fazer Fanzines de Banda Desenhada e distribuir por amigos e interessados.
RN-Como ilustrador, como/de onde lhe surgem as ideias? Qual o processo criativo? E que meios utiliza?
AE-As ideias surgem de todo o lado. Das minhas filhas, de uma conversa escutada na rua, de um livro, de um filme ou seja de tudo o que me rodeia, basta estar atento. O meu processo criativo é muito tumultuoso. Começa com pensar o desenho, longas horas na minha cabeça para depois de tudo concluído na cabeça passar para o papel. Os meios utilizados são todos os que tiver à mão, lápis, canetas, marcadores, pincéis, tintas acrílicas, aguarelas, guache, etc. Não uso computador.
RN-Qual a parte mais divertida do trabalho de um ilustrador?
AE-A parte mais divertida é estar sozinho com os meus bonecos e desenhos
RN-E a parte mais difícil?
AE- A mais difícil é ter uma folha em branco à frente, mesmo antes de começar qualquer coisa
RN-Entretanto acabam de sair dois livros com ilustações suas “Corações Crescidos”, de Vera Lisa Barroso, e “A Senhora Clap e o Mundo nas Palmas das Mãos”,de Marta Duque Vaz.
Qual é a historia do livro “A Senhora Clap e o Mundo nas Palmas das Mãos”que acabou de ilustradar? E o que lhe pediu a autora Marta Duque Vaz?
AE-O livro da Senhora Clap é sobre uma mulher que corre o mundo a investigar as mais variadas formas de palmas e aplausos que vai compilando num livro que nunca mais acaba. A Marta Vaz tinha visto o meu trabalho no livro “Onde Moram as casas” e do qual gostou muito e pediu para fazer algo na mesma linha. Apesar disso o livro acabou por sair com desenhos diferentes dessa linha pois não fazia sentido o tipo de desenhos de uma história saltarem para outra. Em conjunto com a Marta Vaz acabámos por definir a Senhora Clap que podem ver no livro.
RN-Quanto aos “Corações Crescidos” de Vera Lisa.
AE-O livro dos Corações Crescidos é um livro sobre como lidar com a tristeza que muitas vezes nos assola e que se não for falada pode levar a problemas bem mais graves. Este livro é o terceiro de uma colecção de livros dirigidos a crianças, pais e profissionais de diversas áreas. A colecção é concebida pela MindKiddo, ramos da Oficina de Psicologia especializado em temas infanto-juvenis. A Vera entregou-me a história que seguiria a linha de desenhos dos outros livros da colecção (ilustrados por mim também) depois de feitos os primeiros esboços trabalhamos em conjunto para atingir o objectivo pretendido no livro.
RN-As ilustações destes livros foram trabalhos de cratividade do ilustrador ou a pedido/sob orientação das autoras?
AE-São trabalhos criativos do Ilustrador, mas quando a história é de outra pessoa gosto de trabalhar em conjunto com o escritor para que o resultado final seja mais do que a soma das partes e tenha total coerência entre desenhos e palavras.
RN-Estes livros são direcionados para que faixas etárias?
AE-Para mim não faz sentido dividir livros em faixas etárias. Se sabem ler podem ler sozinhos ou com acompanhamento de adulto, Se não sabem ler podem ouvir as histórias contadas por um adulto.
RN-Gostava que descrevesse, tipo curriculo, os trabalhos que tem feito ao longo dos anos como ilustrador e desenhador?
AE-Tenho feito trabalhos de Ilustração Infantil para diversos autores e editoras. Trabalhos de ilustração para revistas e outras publicações dirigidas ao público mais jovem. Também tenho algumas publicações como UrbanSketchers ( movimento de desenhos de rua, desenhar o mundo directamente como o observamos). Mas tenho feito de tudo no mundo do desenho, desde de pintar murais, Interiores e montras de lojas, Banda Desenhada, Lightpainting, etc….tudo o que seja desenhar eu estou lá.
RN-Quais são as suas maores influências (artista plastico, musico, ilustrador ou outra) para a execução do trabalho?
AE-Tenho muitas influências que vêm de todas as áreas criativas como o grande Hokusai, Moebius, Trondheim, De todo o tipo de livros, todos os filmes a preto e branco dos grandes mestres do cinema e muita mas mesmo muita musica, para mim é impossível criar sem musica.
RN-É possivel viver em Portugal como ilustrador?
AE-Com trabalho, muito esforço e algum jogo de cintura é possível viver da Ilustração em Portugal.
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