António Rodrigues disse à agência Lusa que, dentro do prazo imposto pela lei que acaba com as assembleias distritais, o plenário de hoje, que contou com cerca de dois terços dos membros, aprovou a passagem para a nova instituição de todo o património, financeiro e patrimonial, bem como dos dois funcionários em funções.
O presidente da Assembleia Distrital de Santarém disse que foi deliberada a passagem de um ativo financeiro de 721.000 euros (330.000 depositados em bancos e 391.000 em créditos de quotas e serviços devidos pelos municípios) e dois edifícios que pertencem à Assembleia Distrital, o da Colónia Balnear, na Nazaré, e o do Arquivo Distrital, em Santarém.
António Rodrigues afirmou à Lusa que na reunião de hoje foi ainda decidido proceder a uma limpeza e trancar o edifício da Colónia Balnear da Nazaré (que foi alvo de vandalismo, tendo sido furtadas canalizações, torneiras e sanitários) e apresentada a maquete do projeto feito para aquele espaço em 2010.
O também presidente da Assembleia Municipal de Torres Novas disse acreditar que a nova instituição vai avançar com o projeto de recuperação da Colónia Balnear através de uma candidatura a fundos comunitários, uma vez que os ativos que recebe são suficientes para garantir a contrapartida nacional de um investimento que rondará os dois milhões de euros.
Lembrando que o edifício possui uma área envolvente grande e bonita, António Rodrigues realçou o potencial do projeto, que, além da reabilitação do edifício onde durante muitos anos se realizaram colónias de férias para as crianças do distrito, prevê a construção de oito quartos autónomos para arrendamento que visam a sustentabilidade do espaço.
A Associação de Municípios do Vale do Tejo, cujo processo de constituição está em fase de aprovação pelas 21 câmaras municipais do distrito, deverá ser votada pelas assembleias municipais durante este mês, prevendo-se que esteja formalmente constituída em outubro.
A associação poderá integrar, com um estatuto especial, os municípios que não sendo do distrito integram as duas comunidades intermunicipais da região — Lezíria e Médio Tejo — e ainda Nazaré, se estes concelhos entenderem aderir.
A presidente da Comunidade Intermunicipal do Médio Tejo e da Câmara Municipal de Abrantes, Maria do Céu Albuquerque, declarou que a nova associação, de fins específicos, visa cumprir um imperativo ditado pela lei que extingue as assembleias distritais, passando a gerir o património que estava na posse da Assembleia Distrital de Santarém.
Sublinhando a existência de um património “valioso” que é preciso voltar a colocar ao serviço das populações do distrito, sobretudo das crianças, jovens e idosos que por carência económica não podem usufruir deste tipo de lazer, Céu Albuquerque admitiu que, futuramente, a associação possa encontrar outros projetos que complementem esta “mais-valia”.
Pedro Ribeiro, presidente da Comunidade Intermunicipal da Lezíria do Tejo, disse à Lusa que, além de ficar na posse do património da Assembleia Distrital, a nova associação visa a articulação dos municípios que a criação de duas comunidades intermunicipais separou, esperando que ela seja a base de uma futura referência administrativa mais coerente.
Defensor “acérrimo” da regionalização, o também presidente da Câmara Municipal de Almeirim considerou aberrantes os atuais limites administrativos que variam consoante as áreas de atuação, o que leva a que serviços desconcentrados como a Segurança Social, Finanças, Saúde, Educação, entre outros, não sejam coincidentes nos territórios que abrangem.
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