“Há disponibilidade de colaborarmos com a câmara no financiamento da parte de emergência, isso é claro”, disse Paulo Lemos, em Alcobaça, onde observou os estragos, mas considerou “prematuro falar de valores”.
Para Paulo Lemos, “há prioridades e isto é uma urgência”, explicando que “há esgoto a correr para uma linha de água e essa linha de água vai dar ao mar”, afiançando que a tutela quer, “o mais rapidamente possível, resolver essa situação”.
O governante adiantou que a obra requer duas fases, sendo que a mais urgente passa por “retirar o esgoto do rio”, pelo que tem “de arrancar desde já”, manifestando-se esperançado de que “no prazo máximo de uma semana esteja resolvido”.
“A outra [fase] que é reparar os estragos, será mais prolongada, mas isso só depois os engenheiros e quem apresentar propostas de obra é que poderá dizer o prazo, mas também deverá ser rápido”, declarou, notando que “o Ministério do Ambiente irá apoiar as intervenções na medida do possível”.
A chuva intensa provocou a derrocada de um muro de cinco metros de altura, numa extensão de seis metros, e de uma zona pedonal em cerca de 30 metros quadrados, abrindo uma cratera de cinco metros de profundidade junto à ponte sobre o rio Alcoa.
Os estragos atingiram o sistema de saneamento, danificando um equipamento elevatório de águas residuais, que não só ficaram a céu aberto, como estão a correr diretamente para o rio.
O presidente da Câmara Municipal de Alcobaça, Paulo Inácio, realçou a “disponibilidade” do secretário de Estado, adiantando estar em curso a articulação de “soluções de parceria”.
“O que eu quero assegurar às pessoas é que nós vamos começar de imediato com obras”, declarou Paulo Inácio, sublinhando que “a solução que se impõe, desde já, é resolver a questão do saneamento doméstico”, o que será feito em articulação com a Agência Portuguesa do Ambiente, cujos responsáveis também estiveram no local.
Posteriormente decorrerá a empreitada de consolidação da margem, referiu o autarca, estimando em “várias centenas de milhares de euros” a intervenção.
O presidente da Câmara de Alcobaça acrescentou que foi “feita uma vistoria” à ponte por técnicos do município que “asseguraram que, por ora, a ponte tem todas as condições para a circulação pedonal com os condicionamentos existentes agora”, mas o município não vai permitir a circulação automobilística.
No mesmo dia da derrocada do muro, os bombeiros de Alcobaça responderam a 18 pedidos de socorro para diversas ocorrências causadas pelas fortes chuvas, que ocorreram na cidade e em vários pontos do concelho.
O primeiro alerta foi recebido por volta das 16:40h, tendo os trabalhos decorrido até à meia-noite. Nas operações estiveram envolvidos 35 elementos, apoiados por 11 viaturas.
A intempérie não poupou o centro de saúde da cidade, onde a água entrou pela cobertura, obrigando ao encerramento dos serviços.
Dentro da sede do concelho, vários outros dos pontos foram fortemente afetados pela chuva, como o hipermercado Continente, a loja Vivastore e algumas residências, escritórios e outros estabelecimentos comerciais.
A intempérie provocou ainda interrupções no trânsito e danos assinaláveis em diversas residências nos Ganilhos, na Quinta da Cruz em Aljubarrota, no edifício da Junta de Freguesia da Maiorga, algumas residências do Casalinho e Casal da Areia. Na parte Sul do concelho, nomeadamente nas Eiras em Vimeiro, ocorreu um outro aluimento de terras.
Paulo Alexandre, Com lusa
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