Além dos prejuízos, ao nível dos rendimentos, provocados pelo mau tempo, a ausência de regulação dos preços de primeira venda em lota e os elevados preços dos fatores de produção foram algumas das preocupações ouvidas pelo eurodeputado, que concorda com a necessidade de se tomarem medidas que travem o processo de desaparecimento do setor, como o acionamento de mecanismos de proteção ao sector pesqueiro nacional.
“A crise provocada pelos fracos rendimentos gerados pelo setor, com a primeira venda do pescado estagnada e a descer, e a subida imparável dos custos de produção são problemas crónicos no setor, e que terão de ser resolvido, sob pena do setor continuar este caminho de agonia”, disse o eurodeputado.
O envelhecimento do setor, com a falta de entrada de jovens na atividade, foi outro problema transmitido pela Associação ao eurodeputado, que atribui a fuga da juventude do mar “à crise de rendimentos”.
Sobre o fundo de compensação salarial, reivindicado pelos profissionais da pesca, como auxilio para vários dias sem ir ao mar, o eurodeputado lamenta que as regras não tenha em conta a realidade. “É muito difícil, mobilizar o fundo em situações como a que vivemos hoje, como a de não poderem ir para o mar e realizarem dinheiro”, disse.
“O PCP tem vindo intervir para tentar resolver estes problemas, mas há muito a fazer, sobretudo ao nível da política de pescas da União Europeia, onde a tendência é para não ter em conta as “particularidades da pesca portuguesa e não acautelar os problemas, criando condições que cada vez mais se agravem esses problemas”, acrescentou.
Os molhes do porto de abrigo, que foram afetados por temporais do ano passado e deste ano, foram outra das preocupações transmitidas, tendo administração e pescadores falado na necessidade de intervenção que garanta “as condições de segurança, imprescindíveis ao funcionamento de um porto como este”.
Da sua visita à Nazaré, e também a Peniche, no âmbito das jornadas de trabalho do grupo parlamentar do PCP, João Ferreira esclareceu que surge no âmbito da reforma da política comum das pescas, em curso.
“Estamos num contexto de reforma da política comum da pesca da União Europeia, processo em que temos vindo a trabalhar de forma intensa, e com estas jornadas de trabalho procuramos levar para Bruxelas, sob a forma de propostas, tudo o que são problemas que o setor enfrenta e soluções, ao mesmo tempo que trazemos ao conhecimento do setor aquilo que por lá se vai decidindo, e que influência a vida deles, cá”, explicou o eurodeputado.
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