Ainda não eram 07h00 quando André Valentim, de 26 anos, e os amigos se posicionaram junto ao farol.
“Viemos ver se McNamara vai entrar e surfar”, disse à agência Lusa o jovem da Benedita, concelho de Alcobaça, também surfista, que já se aventurou na Praia do Norte, mas “não com ondas do tamanho” das que estavam no domingo.
E perante a possibilidade de o surfista que colocou a Nazaré no mapa das ondas gigantes não dar espetáculo, André Valentim respondeu: “Há mais marés que marinheiros. Não fico dececionado”.
Também era noite quando o casal Ana e César Mendes, morador na Nazaré, foi espreitar o mar da Praia do Norte.
“Esta publicidade toda é ótima para a Nazaré. As ondas para nós não são novidade, mas agora descobriram a pólvora. Faltavam vir os aventureiros”, considerou César Mendes, de 35 anos.
Indiferente ao frio que se fazia sentir, Marília Figueiredo, de 69 anos, residente em Pataias, Alcobaça, tinha expectativas elevadas:
“Espero ver estes homens bravos a dominar este mar”.
Munidos de máquinas de filmar, fotografar e telemóveis, muitos curiosos, individualmente ou acompanhados pelas famílias, acorreram ao Sítio da Nazaré, como Tiago Pina, de 23 anos, açoriano a estudar no Porto.
“Estou meio satisfeito”, declarou, depois de ter visto “ondas grandes”
e antes de McNamara e mais uma dezena de surfistas, nacionais e estrangeiros, se colocarem a postos para a “aventura”.
Já a meio da manhã, Luciana Gordinho, de 67 anos, desabafava: “Hoje esperava ver a ‘gigantinha’, mas já vi na Barra [Aveiro] ondas maiores que estas”.
Aos jornalistas, Garrett McNamara explicou que “a onda não estava a quebrar no ponto certo”, referindo que no sábado à noite houve “muito vento” e a prancha saltava.
Ainda assim, mostrou-se satisfeito porque ter conseguido “apanhar” uma onda na qual conseguiu testar a nova prancha.
“A prancha é fantástica e eu consegui ir muito depressa”, afirmou, considerando que o dia foi um “teste perfeito” para o novo equipamento, esperando regressar ao mar esta quarta-feira.
Reiterando que se “sente em casa”, o surfista afirmou-se muito satisfeito pela quantidade de pessoas que acorreram à praia: “Foi perfeito, regressámos em segurança e pude testar a minha prancha”.
Questionado sobre a eventualidade de a praia receber alguma competição no futuro, o surfista observou: “É preciso virem mais pessoas surfar e saber a opinião delas”.
“Se os portugueses quiserem uma competição aqui, eu farei o que os portugueses quiserem”, afirmou.
A 01 de novembro de 2011, McNamara bateu pela primeira vez na Praia do Norte o recorde da maior onda surfada, com um registo certificado pela Guiness World Records. Esta mesma onda valeu-lhe o prémio de maior onda da competição Billabong XXL Global BigWave Awards.
O havaiano continuou a tentar a sorte na Nazaré, tendo surfado, a 28 de janeiro de 2013, uma onda que se acredita possa ter chegado aos 30 metros. No entanto, McNamara retirou-a do concurso da Billabong, por ser “fortemente contra” o consumo de álcool e aquele ser patrocinado pela cerveja mexicana Pacífico.
A 28 de outubro de 2013, o brasileiro Carlos Burle e o britânico Andrew Cotton surfaram ondas que se consideram passíveis de superar a de janeiro de McNamara.
Fonte: SportInforma c/ Lusa
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