Jornal Região da Nazaré – Desde quando existe a Nazaré Surf School, quais as idades dos mais novos, quem pode praticar e quantos alunos tem de momento a vossa colectividade?
Raquel Dias – A Nazaré Surf School (NSS) foi inaugurada no dia 12 de maio de 2012. Temos alunos de idades compreendidas entre os 3 anos e os 60 anos. Os alunos pagam uma mensalidade que tem um carácter opcional relativamente ao número de aulas que pretendam efetuar durante o mês. A prática é para toda a gente independentemente da idade, e neste momento temos cerca de 70 alunos. Sendo que cerca de 30 alunos são de mensalidade fixa, e os restantes são alunos que tem aulas eventuais e por isso de forma mais casual.
R.N – Na sua opinião, o facto de a Nazaré estar na crista das ondas com os feitos mundiais na praia de norte, tem trazido mais pessoas que querem aprender surf, que tem a dizer acerca disto?
R.D- Ainda é muito cedo para falar no eventual retorno que a visibilidade da onda deu à Nazaré. Por agora, aquilo que a onda trouxe foi apenas visibilidade tanto a nível nacional como internacional, falta fazer ainda muito trabalho no âmbito do marketing para potenciar essa visibilidade e transformá-la em notoriedade, só nessa altura poderemos contar com algum retorno para as atividades económicas em geral. Por outro lado, o nosso mercado está longe de ser compatível com o nicho que procura ondas daquela dimensão, trabalhamos com crianças e jovens que um dia poderão vir a ser bons surfistas ou bodyboarders, e eventualmente até alguns poderão vir a interessar-se pelo desafio das ondas grandes, mas não é essa a nossa intenção.
R.N – Como sobrevive actualmente a colectividade, os apoios são de quem, e quais os objectivos a que a Nazaré Surf School se propõe?
R.D – A NSS sobrevive apenas das aulas que dá aos seus alunos, e não tem qualquer tipo de apoio até porque é uma escola privada, e para nós nem fazia sentido que não fosse assim, de qualquer forma encontramos algumas dificuldades no tratamento que a Câmara Municipal dá a outras instituições, nomeadamente no que diz respeito a atribuição de subsídios às coletividades que depois promovem a mesma actividade que a nossa escola, sem quaisquer escrúpulos de promoção de concorrência desleal. Pensamos até que muito embora tenhamos feito um esforço de aproximação à Autarquia, numa carta de apresentação que lhes endereçámos, manifestando a nossa disponibilidade para toda e qualquer ação que entendessem promover no âmbito das nossas atividades, não existem condições para pensarmos em ser parceiros, uma vez que a Autarquia nesta como em muitas outras matérias, alimenta e alimenta-se de um sobejamente conhecido ambiente de amiguismo e de compadrio, que nos retira qualquer hipótese de aproximação. Para nós já nos bastaria que ninguém fosse beneficiado, em detrimento dos que como nós investem em atividades que ajudam a promover o Concelho da Nazaré, repare que até nós aparecermos em maio de 2012, procurando prestar o melhor serviço possível nesta área, e com todos os requisitos legais realizados, não havia nem há uma escola de surf digna desse nome na Nazaré, e este facto devia constituir por si só, um motivo de apoio e incentivo por parte da Autarquia, o que não acontece.
R.N – Quais os horários para aprender surf na vossa escola e os requisitos para aprender esta modalidade?
R.D – Relativamente aos horários que praticamos, como sabe esta actividade depende das condições das marés, porque para ensinar nas diferentes idades e escalões de aprendizagem dos alunos, as marés tem que estar adequadas, e nesse sentido as nossas aulas são sempre marcadas em função destas condições. De qualquer forma no período compreendido entre Maio e Outubro, temos aulas todos os dias, ainda que tenhamos de nos deslocar a outras praias, e no resto do ano fazemos as aulas nos períodos adequados.
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