“Este é um livro polémico, que valoriza os adversários, que rejeita a existência de inimigos. É um livro de um democrata que acredita que a opinião imediatamente contrária, do outro, vale tanto como a sua própria opinião”, disse Laborinho Lúcio.
O juiz conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça explicou que “este livro é apenas uma verdade sobre as várias possíveis, e não a verdade absoluta sobre quer que seja”.
“Chama-se o Julgamento, mas não é o meu. Este Julgamento é o que peço a todos que façamos, aquele que nunca chegará a fazer-se, mas aquele que todos nós procuramos que se faça. É por isso que, escrevendo uma obra, que designei por O Julgamento, eu me apresento apenas como testemunha do julgamento que alguém, algures, fará, sobre o futuro, sobre a vida ou sobre factos”, acrescentou.
“O Julgamento” reúne um conjunto de memórias da justiça e histórias vividas, onde o autor revê factos, experiências e fracassos.
“É um produto de uma memória propositadamente não elaborada, sem trabalho de reconstituição, escorrendo em palavras a partir de uma mistura de lembranças e de esquecimentos, desprendida do rigor das provas, alheada dos documentos, dispensada de graves desígnios de certeza como fundamento de uma razão que se quer ver reconhecida. É uma memória…!”, refere Laborinho Lúcio sobre a sua obra.
Laborinho Lúcio
Álvaro Laborinho Lúcio nasceu a 1 de dezembro de 1941, na Nazaré. É Juiz Conselheiro jubilado do Supremo Tribunal de Justiça. Desempenhou diversos cargos na hierarquia do Estado Português, entre os quais o de Ministro da Justiça, Ministro da República para a Região Autónoma dos Açores, Secretário de Estado da Administração Interna, Deputado à Assembleia da República, Procurador-Geral Adjunto, Delegado do Procurador-Geral da República, Diretor da Escola de Polícia Judiciária e Diretor do Centro de Estudos Judiciários. Laborinho Lúcio foi agraciado, em Espanha, com a Grã-Cruz da Ordem D. Raimundo Penaforte e, em Portugal, com a Grã-Cruz da Ordem de Cristo.
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