Esta espécie, quando capturada através deste tipo de arte (arte de arrasto para terra com carácter artesanal e sazonal), que se pratica principalmente entre a praia de Vieira de Leiria e as praias a norte de Aveiro, mas também nalgumas praias do Sul do país, chega à praia já sem grandes possibilidades de sobreviver e de resistir à rebentação das ondas na praia, no caso de ser devolvido ao mar.
Grande parte do pescado devolvido ao mar, por não se enquadrar no tamanho mínimo exigido, acaba por morrer, ficando depositado na praia, causando problemas ambientais e também éticos, se considerarmos o momento de crise em que vivemos e as dificuldades económicas de muitas famílias na aquisição de bens de primeira necessidade, como é o caso da alimentação.
Para o responsável pela delegação da Nazaré da Mútua dos Pescadores, “do ponto de vista do recurso (carapau) há que aferir o seu real estado, depois de uma avaliação por parte da comunidade científica, ter a informação sobre se espécie se encontra equilibrada ou em desequilíbrio”.
“Depois teremos que atender ao comportamento deste tipo de arte de pesca, que é uma arte “arrastante” para terra, logo, por ação da força que é exercida para puxar a rede para terra ou por ação da força exercida pelo volume das capturas, que é feita em sentido contrário, como é que se comportam a malhas do saco (parte final da rede onde se acumulam as capturas). O efeito destas forças sobre as malhas do saco, fazem com que estas sofram um “estiramento” (apertando o vazio da malha). Assim a malha pode ser legal e não permitir que peixes com dimensões inferiores a 15 centímetros possam escapar e sobreviver”, refere.
“Nos tempos duros que vivemos, é será racional tanta inflexibilidade por parte de quem faz cumprir a lei?”, questiona.
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