Sabendo que a identidade cultural de uma nação se funda na construção da sua memória, num processo permanente e cíclico, como o tempo, e que no mundo tecnológico em que nos vemos envolvidos, a memória vive ainda intensamente o permanente dilema entre a preservação da memória passada e a construção da memória futura, esta iniciativa procura assim dizer, simplesmente, que uma não existe sem a outra, apenas existindo memória presente, cujo futuro se alimenta do e no quotidiano – celebrar assim a memória no presente é também construir-lhe o futuro,
Desta forma, as “Jornadas Europeias do Património” pretendem promover a aproximação do público ao património cultural, realçando a sua importância enquanto memória e documento da história e do desenvolvimento das sociedades e também o seu papel para a construção do futuro. O Município da Nazaré assinala então o evento, durante três dias, onde os destaques vão para uma exposição, intitulada “O Futuro da Memória: Apelo aos Sentidos: Visão e Audição”, que será inaugurada a 28, pelas 15h00, para uma palestra conduzida por Moisés Espírito Santo, no dia 29, às 15h30, sobre “O Futuro da Memória” e pela visualização do filme “Nazaré”, de Manuel Guimarães, dia 30, pelas 15h30.
Visita Temática “O Culto Mariano nos Coutos de Alcobaça”
Também em Alcobaça e também no dia 29 de setembro, sábado, as “Jornadas Europeias do Património” promovem uma Visita Temática, intitulada “O Culto Mariano nos Coutos de Alcobaça ?– das origens ao Mosteiro de Santa Maria” que terá como principais pontos de passagem o Mosteiro de Sta Maria de Alcobaça, a Câmara Municipal de Alcobaça, o Museu Dr. Joaquim Manso e a Confraria de N. Sra. da Nazaré.
O culto mariano é uma marca identitária de Portugal e as suas origens antecedem e acompanham a fundação da nacionalidade, com D. Afonso Henriques a dedicar o seu futuro reino a Santa Maria de Claraval, patrona da ordem de Cister, a quem fez doação do território que seria o dos Coutos de Alcobaça para aí fundar um mosteiro a ela dedicado. Mosteiro que se nos oferece pleno de invocações marianas, que o tempo incorporou na memória de um território onde se cultiva Maria, de Nazareth, desde há vários séculos, num culto não ortodoxo, que Cister legitimou e institucionalizou.
Paradigma cultural, religioso e turístico do território dos Coutos de Alcobaça, o Mosteiro de Santa Maria de Alcobaça, a Câmara Municipal de Alcobaça, o Museu Dr. Joaquim Manso e a Confraria de N. Sra. da Nazaré, em parceria, propõem para as Jornadas Europeias do Património 2012 um programa que nos identifica com a memória presente do culto de Maria, em terras de Alcobaça e Nazaré, um culto que todos os dias se constrói na incorporação da memória passada, edificando a futura.
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