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Entrevista com Gaspar Vaz

“É preciso que as ideias possam ser postas em prática para que sejam avaliadas e validadas ou abandonadas”

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Gaspar Vaz foi nomeado diretor do mega-agrupamento de escolas de Alcobaça, que vai reuniu 4100 alunos, já a partir do próximo ano letivo. Alguns criticam a dimensão desta nova estrutura, mas, o até há pouco, diretor da Escola Secundária D. Inês de Castro, que a partir de setembro passará a gerir o destino de mais alunos, numa organização com mais docentes e não docentes, defende que, em vez de recusar liminarmente ideias novas, é preciso colocá-las em prática, saber se funcionam para as podermos avaliar.

Depois de mais de uma década à frente da Direção da D. Inês de castro, foi agora nomeado director do Mega-Agrupamento de Escolas. Como vai conciliar os dois cargos?

GV: Na prática, deixo de ser diretor e dirigente da Escola D. Inês de Castro, e passo a ter o dever de gerir um universo maior e mais complexo, que é o Agrupamento de Escolas de Cister – Alcobaça. Não há incompatibilidade. Há, sim, um aumento dos limites e da responsabilidade que esta função traz consigo.

Vai haver uma reorganização dos alunos pelo Agrupamento. Como é que isso vai funcionar?

GV: Neste momento, nada está, ainda, decidido. Pensou-se no assunto, e há felizmente muitas ideias, mas, neste momento, não há nenhuma ideia, em fase de implementação, para redefinir uma organização dos alunos de Alcobaça pelas escolas do Agrupamento. Neste ano de transição, vamos tentar, seguramente fazer o menos “ruído” possível, porque a complexidade de instalação do próprio Agrupamento já é suficiente para nos ocupar em permanência.

Quais vão ser as prioridades enquanto diretor do Mega-Agrupamento?

GV: As minhas prioridades são as que tinha enquanto diretor da Escola Secundária D. Inês de Castro: estar presente o mais possível, acompanhar as pessoas o mais possível, ser a condição de possibilidade de que as coisas boas aconteçam, respeitar a identidade e a opinião de cada membro da escola e fazer com que Alcobaça tenha, no seu todo, um ensino de mais qualidade. Foi isso que tentei fazer ao longo dos 16 anos que estive à frente da Escola D. Inês de Castro, e é aquilo que eu vou fazer como responsável por esta “Mega-Transformação”.

4100 alunos é muita gente e em idades bastante complicadas. Como é que se lida com isso?

GV: É, efetivamente, um universo muito grande. Entregaram-me a responsabilidade de gerir, e eu tentarei fazer e realizar as minhas funções o melhor possível. Se vai ser gente a mais? Chegar-se-á a essa conclusão, ou não, no final do processo. Em Portugal tem-se muito o defeito de recusar ideias, só porque ainda não foram usadas, porque são diferentes; recusam-se sem se testar, sem se saber se funcionam ou não. É preciso que as ideias possam ser postas em prática para que sejam avaliadas e validadas ou abandonadas. A respeito da dimensão “gigantesca” deste Agrupamento, espero que, daqui a um ano, as pessoas possam dizer que foi uma ideia válida e que valeu a pena.

O Professor tomou posse no passado dia 3 de Julho. Já viu o que há a fazer nas escolas do Agrupamento ou ainda não teve tempo nem a possibilidade de conseguir perceber o que falta?

GV: Neste momento, tenho já uma ideia razoável do que é o Agrupamento como instituição física, embora me falte visitar algumas escolas. A tarefa de definir quais são os recursos humanos necessários para o ano é muito complexa, delicada, e que mexe com a vida das pessoas. Tivemos imenso cuidado ao fazê-la. Houve, no entanto, uma diminuição bastante sensível do pessoal docente, ao nível de professores contratados. Na maior parte dos casos, a decisão nada teve a ver comigo. Houve, contudo, um ou outro caso em que isso aconteceu e que foi particularmente doloroso: ter de escolher entre dois, ou mais, profissionais excelentes é algo que se tem de fazer. Mas é algo de que nunca se sai inteiramente bem. O parque escolar de Alcobaça, no seu todo, é garantidamente melhor do que o que se pensa. Há, obviamente, carências, algumas das quais já identificadas, mas ainda é cedo para estar a particularizar quais são as principais e as imediatas frentes de ataque.

Numa entrevista recente, disse que está na altura de chegar um tempo novo para a Educação em Alcobaça. O que é que isso quer dizer?

GV: Isto é uma transformação, as transformações são como as crises, esta é uma transformação em tempo de crise, e é preciso que as pessoas tenham isso bem presente. Mas “crise”, no sentido literal grego, quer dizer passagem e crescimento, por implicar um juízo, uma tomada de consciência sobre o que devemos, ou podemos, escolher. Em tempo de crise, não se pode pensar com o desejo; temos de fazer opções. Ora, o tempo presente tem de ser feito de responsabilização e de escolhas.

RN: Portugal tem medo de investir em “inovação” na Educação?

GV: Todos nós temos algum medo da novidade e da mudança. O que conhecemos dá-nos conforto, o que desconhecemos gera alguma desconfiança e medo.

RN: O professor dá aulas desde 1978. Houve um desenvolvimento na forma de ensino. Foi positivo?

GV: O ensino melhorou extraordinariamente. Desde a qualificação dos professores, à postura que o professor tem com as aulas, à vivência escolar, à exigência das matérias que se ensina… nada tem comparação possível. Os saudosistas da educação de antigamente não sabem, muitas vezes, o que dizem e, sobretudo, começam a comparar coisas que são absolutamente incomparáveis.

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