Sub-titulo: Sustentabilidade das contas do Hospital é urgente, diz ARS O Presidente da Administração Regional de Saúde, Luís Cunha Ribeiro, assegurou, na semana passada, durante a cerimónia do lançamento da primeira pedra do Centro de Saúde do Vimeiro (Alcobaça) que nunca existiu a intenção de encerrar o Hospital de Alcobaça. O responsável garantiu, ainda, que «todas e quaisquer decisões serão tomadas de acordo com as pretensões de cada município». De acordo com um estudo da Administração Regional de Saúde de Lisboa e vale do Tejo sobre a reorganização hospitalar, se o hospital de Alcobaça encerrasse o serviço de urgências e os internamentos pouparia ao Estado 4,6 milhões de euros. Contudo, segundo garantiu este responsável, «não é isso que vai acontecer, apesar de haver a necessidade de tornar a unidade de saúde financeiramente sustentável». A criação do Centro Hospitalar do Oeste gerou, nas últimas semanas, receios sobre o possível encerramento do centenário Bernardino Lopes de Oliveira e uma onda de preocupação por parte dos funcionários desta unidade de saúde Catorze trabalhadores do Hospital de Alcobaça, entre médicos, enfermeiros e administrativos, deslocaram-se à Câmara Municipal para alertar o executivo camarário sobre a possibilidade de encerramento daquela unidade. O grupo aproveitou para falar da falta de médicos, onde existem 26 camas e apenas três clínicos ao serviço, um dos quais em regime de contrato a termo. O encerramento de serviços, tanto clínicos como administrativos, e a perda do poder de decisão, que passou para Caldas da Rainha há quase três anos, foram outras das preocupações transmitidas, tal como o «subaproveitamento do recentemente inaugurado bloco de cirurgia ambulatória». Segundo disseram «à segunda-feira não há operadores e à sexta-feira vai deixar de haver anestesista, portanto, só haverá cirurgias às terças, quartas e quintas-feiras», disse um dos funcionários do Hospital Bernardino Lopes. De acordo com outro trabalhador os médicos «diminuíram em todos os serviços, incluindo nas consultas externas, pelo que se os números é que falam, nós não temos produtividade». O Hospital de Alcobaça presta assistência a uma população de 78 mil habitantes, dos concelhos de Alcobaça e Nazaré, e até há pouco tempo apresentava uma média diária de 100 atendimentos, um número próximo do que o Hospital de Caldas da Rainha atende por dia, 140. Foi sobre a receio de encerramento desta importante unidade de saúde em Alcobaça que o presidente da Câmara de Alcobaça, Paulo Inácio, reuniu, com a ARS. No encontro, que serviu para Paulo Inácio apresentar a posição do Município de Alcobaça relativamente à futura prestação de cuidados de saúde, no âmbito da reorganização hospitalar em curso, foi-lhe garantido que o Hospital não irá ser encerrado Paulo Inácio realizou no final da semana passada uma conferência de imprensa para dar conta da proposta que apresentou à ARS, administração do Hospital de Leiria e que, dentro de dias, irá transmitir ao Ministro da Saúde, Paulo Macedo «Tendo em conta os atuais constrangimentos financeiros, e a necessidade de termos um serviço de cuidados de saúde de qualidade, propus, nos cuidados de saúde primários, de centros de saúde, que o concelho de Alcobaça continue, como um todo, vinculada ao oeste, e que o Hospital Bernardino Lopes, isto nos casos de urgências e tratamentos superiores, fique com Administração e passe a reportar para o Hospital de Leiria», explicou Paulo Inácio. O autarca adiantou que pediu, ainda, «uma exceção para a especificidade de São Martinho do Porto, Alfeizerão e Benedita, com vista à manutenção da situação actual que é reportar os casos de necessidade de cuidados de saúde para o Hospital Bernardino Lopes e, nos casos mais gravosos, para o Oeste». Dentro de uma semana terá lugar uma reunião entre o Ministro da Saúde e todas as Câmaras visadas nesta reorganização das urgências hospitalares nesta região, e esta será a posição que o Município de Alcobaça irá apresentar, a mesma que, segundo Paulo Inácio, «colheu a recetividade da ARS». Paulo Alexandre
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