Estiveram incontornavelmente em destaque as reuniões de diversos organismos europeus, reuniões que se iniciaram no fim-de-semana e que culminaram numa reunião extraordinária realizada na Quarta-Feira. Nesta última, os líderes europeus chegaram a acordo quanto às necessidades de recapitalização do sector financeiro num montante de EUR 106 mil mn, sendo que EUR 7,8 mil mn correspondem às necessidades de recapitalização da banca nacional, segundo dados compilados pela EBA (associação europeia de bancos). Outro tema igualmente relevante dizia respeito ao haircut da dívida grega no âmbito do debt-swap associado ao 2º plano de resgate da economia helénica. Este haircut deverá incidir sobre 50% da dívida detida pelo sector privado, permitindo assim uma redução progressiva do rácio de dívida pública face ao PIB para 120% em 2020. O reforço do FEEF era também outro ponto-chave desta reunião no sentido de criar um plano credível de contenção da crise da dívida periférica, tendo sido acordado o aumento do valor do fundo para EUR 1 tri, um valor que apesar de suficiente no curto prazo nos parece relativamente curto, sobretudo devido aos riscos de contágio a economias de maior dimensão e representatividade no conjunto de países da Zona-Euro. Esta operação (aumento do valor do FEEF) deverá ser realizada através da criação de um veículo segurador que funcionará como instrumento de garantia parcial da dívida emitida pelos Estados, ao qual acresce a criação de um veículo que poderá reunir algum auxílio financeiro por parte de um conjunto de países excedentários (numa lógica de funcionamento do FMI).A segunda semana ficou marcada por grandes níveis de volatilidade, o que culminou em perdas generalizadas na globalidade dos índices internacionais. A semana termina com a redução inesperada das taxas de juro de referência do BCE em 25 p.b., decisão tomada pelo novo presidente Mario Draghi. O mesmo garantiu ainda que a compra de obrigações soberanas da periferia será mantida de forma temporária, afastando a possibilidade do BCE actuar como emprestador de ultimo recurso – algo que não se encontra nos tratados da união – de forma a fixar um travão definitivo na crise de dívida Europeia.Banco BIG
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