Para mim, falar da Nazaré é recordar a sua história desde os tempos remotos em que os destemidos pescadores do porto da Pederneira, no século XIII já constituíam um núcleo importante que, em arriscadas viagens, iam até ao Algarve! Estudar a Nazaré é revivermos a lenda de Nossa Senhora da Nazaré que deu origem ao Sítio, é o nosso imaginário a dar vida ao célebre milagre de D. Fuas Roupinho! Muito mais tarde, no século XVIII, os pescadores de Ílhavo vinham fazer a safra do Verão e, de tal modo apreciaram e, a pouco e pouco, se adaptaram que, aproveitando o arenal que a Natureza os brindou, vieram a integrar o núcleo piscatório já existente, a Praia!Depois chegou a altura de ir para o Liceu Pedro Nunes onde continuou os seus estudos e, se houvesse a tentação de eventual cabulice, logo a Mãe dizia : – “Se não tens boas notas não vais à Nazaré!”. Aí tudo mudava e lá voltava aos seus livros com os olhos a brilhar na perspectiva de mais uma pescaria! Seguiu-se a Escola do Exército onde a sua postura o guindou a uma prestigiada carreira. A Nazaré, origem de seus Antepassados, sempre o encantou sendo o seu mar sempre a sua paixão, como bem recordo quando estava a tomar banhos de Sol em inesquecíveis Verões e me desafiava para dar uma volta no “Nossa Senhora da Nazaré” para depois vir a nadar naquelas águas agitadas e, às vezes, também frias de mais. Ora mais um mergulho ou outra “carreira” perdida!