Juntas de Freguesia e Tony Carreira deram brilho às festas Clara Bernardino Este ano, as Festas em honra de Nossa Senhora da Nazaré ficaram marcadas pela falta da iluminação e do fogo de artifício habituais. Em tempo de crise, Confraria de Nossa Senhora da Nazaré e Câmara Municipal fecharam os cordões à bolsa, cabendo às Juntas de Freguesia abrilhantar as festas com a recriação de costumes e tradições de antigamente, iniciativa inscrita nas comemorações do centenário da elevação da Nazaré a Concelho. As Festas de Nossa Senhora da Nazaré não tiveram, este ano, o mesmo brilho de anos anteriores. Apesar da falta da habitual iluminação e do fogo de artifício, as festas acabaram por ter um colorido bem tradicional, devido ao empenho da Junta de Freguesia da Nazaré e da colaboração da Junta de Valado dos Frades. O descontentamento de muitas pessoas chegou a pôr em causa as tradicionais colchas nas varandas e janelas das casas das ruas por onde passa a procissão. Segundo Edmundo Eustáquio, mais conhecido por “Zé Paleco”, presidente da Junta de Freguesia da Nazaré, “tudo começou com uma contestação dos moradores das ruas do Sítio por onde passa a procissão. As pessoas queixavam-se que não havia iluminação.” O presidente da Junta de Freguesia foi sensibilizando as pessoas para o facto de as festas serem dedicadas a Nossa Senhora da Nazaré e não à Confraria ou à Câmara. No dia da procissão, às 7 da manhã, enfeitou as janelas da sua casa com as colchas e colocou flores à frente da sua porta, como faz sempre desde que a tradição recomeçou. Serviu de exemplo a muitos daqueles que, habitualmente, aderem a esta tradição, e, assim, as janelas e varandas acabaram por ser enfeitadas pelos moradores e, à passagem da procissão, as ruas estavam engalanadas, como de costume. No recinto das festas, e no âmbito das comemorações do centenário da elevação da Nazaré a Concelho, houve uma recriação das tradições do concelho, com representatividade para a Pederneira, Sítio, Nazaré, Fanhais, Famalicão e Valado dos Frades. Para os mais velhos, foi a oportunidade de rever hábitos e vivências quase esquecidos; para os mais novos, a possibilidade de fazer uma “viagem no tempo”, para perceber como era a vida no concelho da Nazaré, muito antes de eles terem nascido. Para os visitantes, esta recriação transformou-se num quadro vivo, uma espécie de postal ilustrado da Nazaré. Para o presidente da Junta de Freguesia da Nazaré, “é preciso que as festas sejam preparadas com antecedência, para que não haja surpresas desagradáveis”. Esta iniciativa conjunta das Juntas de Freguesia do Concelho contou com o apoio da Câmara Municipal da Nazaré, nas pessoas da Dr.ª Ana Adelaide Hilário, do Dr. Mário Bulhões e da Dr.ª Ana Borges, no que toca à logística, à organização e ao historial gráfico.