Contrariamente àquilo que possa parecer pela atitude algo ríspida, se bem que compreensível, dos responsáveis Alemães e Franceses, a crise das dívidas soberanas europeias é acima de tudo um risco para o Euro. Não apenas a perda de reputação resultante de possíveis reestruturações, cujo nome será criativamente trocado por outro igualmente consequente, como também o já pantanoso envolvimento do Banco Central Europeu poderão ditar o futuro do Euro.O objectivo não poderá ser o de eliminar as crises, inevitáveis em qualquer sistema e ainda mais num sistema monetário baseado em moeda fiduciária (sem valor intrínseco). Importante é preparar o sistema para uma rápida recuperação de todas as suas economias. Quanto menos sincronizados forem os países relativamente ao seu ciclo económico, mais flexibilidade será necessária para que uma união monetária funcione. É exactamente isso que estamos a verificar na Zona Euro. A Alemanha continua em expansão enquanto Grécia e Portugal entram em recessão. A dívida externa, até aqui utilizada para aliviar estas economias, não é mais opção.Claro que isto tudo está também sujeito à quantidade de economias em crise. A recente agitação relativamente a Espanha e Itália complicam o futuro da moeda única. O envolvimento dos países fortes do Euro é necessário para a reestruturação dos outros países. Contudo, tal envolvimento torna-se mais improvável caso às economias mais pequenas se juntem duas grandes economias. A vontade política por enquanto existe, mas não é inesgotável.
0 Comentários