“Vem Balhar – Da Rua para o Salão” retrata a festa carnavalesca nazarena David Mariano O Centro Cultural da Nazaré inaugura no próximo no dia 19 de Fevereiro uma exposição sobre o Carnaval, intitulada “Vem Balhar – Da Rua para o Salão”, iniciativa que retrata a importância de uma das épocas festivas mais intensas e únicas (senão a mais intensa e única) no seio da comunidade nazarena. Através de uma retrospectiva composta por fotografias, vídeo, jornais e livros, esta exposição apresenta não só a forma como os nazarenos vivem há várias décadas as festividades, assim como os espaços onde esta normalmente se desenrola.

Patente até dia 13 de Março, “Vem Balhar – Da Rua para o Salão” leva-nos numa viagem aos bailes, palco natural da reunião da comunidade nazarena, onde pessoas de todas as idades e classes sociais se juntam e dançam até ao nascer do sol, vivendo a festa num caos organizado. E “caos organizado” talvez seja a melhor definição daquilo que se vive na Nazaré durante o Carnaval: uma multidão ordenada de forma espontânea em rodas e cordões de gente, dançando ao som das bandas musicais locais, rindo de si (ponto importante), das cegadas (as famosas representações teatrais que satirizam acontecimentos e pessoas) e das brincadeiras, tudo conjugado numa coreografia imensa de sons, movimento e cores. Também por isso, esta exposição apresenta-se com umprograma diferente do habitual, recriando precisamente o ambiente de uma sala de baile, cuja abertura será animada por um conjunto musical: Nortada. Haverá ainda lugar a uma cegada, a cargo de Ana Maria Mendes, anunciada com o título: “É Tudo para o Banco!”. Animação não parece faltar a este projecto que regressa mais tarde, no dia 27 de Fevereiro, pelas 15h, com uma sessão de karaoke, dirigida por Paulo Mendes (as entradas são gratuitas). Apesar do enorme passado do Carnaval nazareno, uma coisa é certa, continua a haver muito presente: as ruas, há décadas espaço das partidas e das brincadeiras, continuarão a ser o espaço das caqueiradas, das seringadelas, dos talim-talões, da batalha das flores, das bandas infernais, continuando assim a viver da alegria da época, nomeadamente através dos desfiles, onde os grupos saem às ruas, enchendo a marginal de cor e os milhares de visitantes de alegria. Chama-se a isto Carnaval nazareno.