Assembleia Municipal Moção de censura ao executivo também não passou Tânia Rocha Os deputados da Assembleia Municipal eleitos pelo PS apresentaram uma proposta, na última reunião do dia 22 de Dezembro, no sentido de ser feita uma auditoria externa à autarquia pelo Tribunal de Contas, devido ao “desequilíbrio financeiro estrutural” e “actual situação insustentável” das contas da Câmara Municipal da Nazaré, onde propunham, também, a elaboração de um plano de reestruturação financeira. No entanto, a proposta foi chumbada pelos 13 votos contra dos deputados do PSD, que têm a maioria, e pela abstenção de Abílio Romão, presidente da Junta de Freguesia de Famalicão.

Orlando Rodrigues lembrou que a Assembleia Municipal deve fiscalizar a acção da Câmara, e que a proposta foi elaborada nesse sentido. Contudo, o presidente da autarquia, Jorge Barroso, disse que “quando chegar a altura de apresentar um pedido de reestruturação financeira fá-lo-emos”, afirmando, também, que “isso traz outras coisas” e, como tal, “se pudermos evitar, evitemos”. O presidente afirmou estar “à vontade” para todas as inspecções que possam vir a ser realizadas, mas disse, também, que este não é o momento. “Se chegar a altura, assumirei isso”, disse Barroso. O deputado Orlando Rodrigues afirmou que “o défice da CMN é de 100% ”, uma vez que o ano passado apresentou o dobro de despesas corrente em relação às receitas correntes, “16 e 8 milhões de euros”, respectivamente. Perante a votação, o deputado disse que “este órgão (Assembleia Municipal) provou, mais uma vez, que se abstém de fiscalizar”. Igualmente chumbada foi também uma moção de censura ao executivo municipal, apresentada pela CDU, onde esta força sugeria, mais uma vez, a todo o executivo que se demitisse, por considerar que “não existe mais margem de manobra”. A CDU comparou a situação do município a uma embarcação à deriva, afirmando que “já não é a estabilidade deste navio que nos preocupa, é a flutuabilidade. Enquanto ele se mantém à tona, existem fortes possibilidades de ser bem governado, retirando lentamente os excessos de água e reparando os rombos”. Só assim, refere a CDU, “este navio pode ter capacidade de continuar a viagem”. Na referida moção, além de todos os deputados do PSD também Abílio Romão votou contra, e Arménio Varela (PS) absteve-se.