Tânia Rocha A organização do colóquio “Nazaré Contra a Guerra / Contra a NATO”, composta por um grupo de nazarenos, promete realizar mais iniciativas “Anti-Guerra” no concelho da Nazaré, não só devido ao número de participantes do primeiro colóquio, como também pelo “sucesso” da iniciativa. O primeiro encontro teve lugar no Salão Mar-Alto, no passado sábado, dia 30 de Outubro. O colóquio tinha como objectivo “alertar e discutir a problemática da Guerra”, uma vez que, segundo a informação da organização, “Portugal participa activamente em várias Guerras, em nosso nome, apesar de nunca a Democracia Portuguesa se ter pronunciado sobre a manutenção de Portugal na Organização do Tratado do Atlântico Norte (NATO)”. A participação de cerca de 25 pessoas no evento é uma forte razão para assegurar que esta “não será a última iniciativa Anti-Guerra a acontecer neste concelho”, refere a organização.

Como oradores participaram: Helena Carvalho, Alexandre Isaac, Miguel Cardina, Rosa Soares e Telma Ferreira. De acordo com a mesma informação, Helena Carvalho apelou “a uma noção de Ética, que, concluiu-se, é contrária à acção da NATO nos territórios onde faz a sua actividade, como no Afeganistão”. Por sua vez, Alexandre Isaac e Miguel Cardina falaram da “história desta instituição militar e concretizaram sobre o novo Conceito Estratégico que será aprovado na Cimeira da NATO em Lisboa – como a capacidade de actuar em casos de explosão demográfica”. Já Rosa Soares e Telma Ferreira “dirigiram as suas preocupações para a explicitação do que é uma ferramenta capitalista que promove a desigualdade e a aniquilação de povos, com o objectivo do lucro e da Guerra Infinita como fonte desse lucro”. Fábio Salgado, um dos membros da organização, referiu ainda que a Câmara Municipal da Nazaré, “através do seu presidente, recusou ceder o Auditório da Biblioteca Municipal” para a concretização desta iniciativa. A organização considerou esta atitude “completamente injustificável e discriminatório”, salientando que “demonstra a incapacidade deste executivo em conviver com outras opiniões e posições políticas” além de demonstrar, também, “a apropriação que é feita de bens públicos (como este equipamento) geridos como quintal privado”. Contactada pelo Região da Nazaré, a autarquia confirmou a recusa deste espaço, justificando que “o pedido foi analisado pelos Serviços que emitiram parecer desfavorável à utilização do espaço público, atendendo ao facto do pedido ter sido formalizado por um grupo informal de cidadãos, e não provir de uma associação, colectividade ou qualquer outra entidade sem fins lucrativos, que servem o interesse público municipal”. No entanto, a autarquia acrescentou, também, que “contactou o autor da proposta e sugeriu-lhe outros espaços físicos na freguesia mais adequados a este tipo de iniciativas”, “com a preocupação de não inviabilizar a realização daquele evento”. O presidente Jorge Barroso ainda afirmou que a Câmara Municipal comunicou estar “disponível para a cedência do equipamento técnico necessário à viabilização do Colóquio, à semelhança, aliás, do que tem feito em situações semelhantes”, acrescentou.