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EU PESCADOR ME CONFESSO Armando Lopes Em Julho e Agosto a Nazaré rebenta pelas costuras. É invadida por milhares de visitantes que lhe duplicam ou triplicam a população. Vêm à procura da areia dourada, do sol quente e acolhedor, do mar rendilhado e da brisa refrescante. Acorrem ao apelo de um postal ilustrado que lhes […]

EU PESCADOR ME CONFESSO Armando Lopes Em Julho e Agosto a Nazaré rebenta pelas costuras. É invadida por milhares de visitantes que lhe duplicam ou triplicam a população. Vêm à procura da areia dourada, do sol quente e acolhedor, do mar rendilhado e da brisa refrescante. Acorrem ao apelo de um postal ilustrado que lhes povoa o imaginário, não resistindo às suas cores fortes e de rara beleza. Só que a Nazaré, principalmente nestes dois meses, transforma-se num pesadelo. Para quem vem e para aqueles que aqui vivem. Os carros entopem as entradas da vila e as ruas. A confusão instala-se, dificultando a circulação. Os passeios são ocupados, selvaticamente, por condutores que não têm um mínimo de respeito por ninguém. Nem pelos peões nem pelos residentes. E, de ano para ano, a situação agrava-se sem solução à vista.

É bom para a Nazaré que haja movimento. Movimento significa negócio, estimula a economia local e cria novas oportunidades. Só não é bom que haja anarquia e desordem. Porque a sua existência provoca mal-estar, tanto aos que estão como aos que vêm. Para além disso, degrada a imagem da vila, retirando-lhe todo o encanto que a caracteriza. O que não aproveita nem aos locais nem aos visitantes. A Nazaré cresceu, naturalmente. Como quem distende os braços e se espreguiça num longo bocejo. Hoje tem mais casas e mais gente. As potencialidades da vila são um apelo e um convite permanentes à fixação de pessoas. Mas, a nível estrutural, a Nazaré estagnou. Principalmente, no que respeita a acessibilidades e a parques de estacionamento. O que provoca toda esta confusão e desconforto. No entanto, bastava que houvesse um pouco mais de previsibilidade e cuidado. Bastava que, atempadamente, fossem criadas as infra-estruturas necessárias. Bastava que se privilegiasse o essencial em detrimento do acessório. Bastava que se trocasse o folclórico, os adereços, as festas e festanças, pela resolução concreta dos problemas estruturais. Bastava, enfim, que se rejeitasse o conformismo e houvesse uma visão de futuro, clara e objectiva, que permitisse o golpe de asa. E a Nazaré não seria este caos que se repete, impreterivelmente todos os anos, em Julho e Agosto.

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