Músico de Valado dos Frades gravou em Roma e fecha etapa na carreira David Mariano Samuel Jerónimo lançou no passado dia 20 de Abril o seu mais recente álbum, intitulado “Rondas”, desta vez sob a chancela da editora Passageiros da Maré. Este novo disco de originais, parcialmente gravado durante o workshop que o músico de Valado dos Frades deu em Roma, em Setembro de 2007, conclui desta forma a Trilogia da Mudança, uma ideia iniciada com os discos “Redra Ändra Endre De Fase” e “Rima”, editados em 2004 e 2006 pela editora Thisco respectivamente.
Ambos os discos chegaram a ser considerados pela imprensa nacional os melhores dos seus anos: “Redra Ändra Endre De Fase” incluiu mesmo a lista de melhores discos pelo jornal diário Público, enquanto “Rima” foi considerado pelo crítico e jornalista musical Jorge Manuel Lopes (Blitz e Expresso) o melhor álbum nacional de 2006. Este novo passo na carreira do artista surge depois de Samuel Jerónimo ter gravado em Roma, com o Ensemble Vecchia Linea, sob a direcção do maestro Andrea Ricci, os alicerces do álbum “Rondas” e, também sob a batuta de Ricci, mas desta feita à frente do Coro Vecchia Linea, para a peça Formal methods. Segundo se pode ler no site oficial do músico, “estruturalmente, a peça divide-se em dois blocos sonoros que devem ser percebidos enquanto interpretações distintas de um mesmo tema com a utilização dos mesmos materiais, técnicas e ordem de acontecimentos”. No capítulo técnico e gráfico, a masterização de “Rondas” ficou a cargo de Luís Seixas e o grafismo é da responsabilidade da equipa Pedro Leitão (Design) e Ricardo Pacheco (Pintura) – artista que já anteriormente ilustrara a capa de “Rima” e repete novamente o feito neste novo trabalho. Para além da conclusão de uma etapa, o que esperar então de mais este disco de Samuel Jerónimo? Talvez aquilo que as próprias palavras do músico anunciam: “à medida que a obra foi progredindo, foi nascendo o conceito de um mesmo caminho que, se percorrido duas vezes, ofereceria ao caminhante a noção de que pequenas mudanças se haviam instalado. E a estas acresciam-se outras: o horizonte visual que muda ligeiramente a cada passo ou, de forma mais drástica, numa mudança de direcção.”
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