Tânia RochaNo seguimento da discussão sobre a contratualização directa da primeira venda de pescado aos restaurantes, a comunidade piscatória da Nazaré voltou a reunir no passado sábado, dia 10 de Abril, com comerciantes, associações sectoriais e autarquia, nas instalações do Instituto Portuário e Transportes Marítimos da Nazaré.Esta reunião tinha como objectivo discutir a proposta dos preços de venda a praticar no âmbito dos contratos a celebrar entre os armadores e os comerciantes aderentes a este projecto, com o objectivo de se evitar a “arbitrariedade dos preços praticados em leilão na lota”. O objectivo deste projecto “é que associados de organizações de produtores possam efectuar contratos com comerciantes interessados no produto da pesca”. Com esta contratualização vai ser permitida “a venda directa do pescado a restaurantes, de forma legal e com preço previamente definido”.
Segundo informação do Gabinete de Imprensa e Comunicação da autarquia, na última reunião ficou decidido que a Associação de Pescadores e Armadores da Nazaré e o Sindicato Livre dos Pescadores vão elaborar uma proposta de tabela de preços por espécie, que será posteriormente enviada à ACISN e a uma associação de produtores, para ser analisada. O próximo encontro ficou agendado para o próximo dia 1 de Maio, no mesmo local. Tudo indica que a proposta que está a ser elaborada seja discutida nesta reunião. João Delgado, representante do Sindicato Livre dos Pescadores, disse, numa das reuniões, que “onde há contratos, os pescadores estão a ter um rendimento mais estável”. Para o presidente da Associação Comercial Industrial e de Serviços da Nazaré (ACISN), Abel Santos, “o projecto de contratualização directa da venda do pescado será benéfica, quer para os pescadores, quer para os comerciantes, em especial os empresários da restauração”.Também o presidente da Câmara Municipal da Nazaré, Jorge Barroso, referiu que a mudança será benéfica, “ou há mudança, ou ninguém aguentará a actual situação mais tempo”. No entanto, Barroso reconheceu que “poderá haver um período de instabilidade”, nomeadamente na fase inicial do processo, devido às mudanças no actual sistema de primeira venda. O autarca ainda frisou que o projecto “não é contra ninguém e está aberto a todos os comerciantes”.
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