Tânia Rocha Apesar de todos os acontecimentos que pautaram o último mandato do ainda executivo municipal, o presidente Jorge Barroso considerou que apesar de “conturbado”, “foi um mandato com saldo positivo”. Estas declarações foram proferidas na última reunião de Câmara, que teve lugar na passada terça-feira, dia 20 de Outubro. O presidente esclareceu que “houve a junção de vontades de pessoas que foram eleitas para fazer cumprir a melhoria da qualidade de vida da população”, e que “o andamento dos grandes projectos” são a causa deste balanço que agora, em final de mandato, fez publicamente. Lembre-se que nos últimos quatro anos o executivo sofreu algumas modificações. Nas eleições de 2005 foram eleitos três membros pelo PSD (Jorge Barroso, Reinaldo Silva e Mafalda Tavares), dois elementos do Grupo de Cidadãos Independentes (António Trindade e António Salvador) e dois vereadores pelo PS (João Benavente e Vítor Esgaio).

No entanto a meio do mandato, Reinaldo Silva nomeou-se como vereador independente, por falta de concertação no seio do partido. Pouco tempo depois, Barroso retirou-lhe a vice-presidência e confiança política, Reinaldo juntou-se aos cinco elementos da oposição e Barroso nomeou Mafalda Tavares como vice-presidente. Posteriormente, João Benavente demitiu-se do cargo, dando lugar a José Joaquim Pires. Este e António Salvador aceitaram alguns pelouros e assumiram funções, a tempo inteiro, na Câmara Municipal da Nazaré, constituído, assim, uma maioria estável para a governação de Jorge Barroso. Nas recentes eleições autárquicas, o PSD voltou a ganhar, mantendo Barroso como presidente de Câmara, agora com maioria absoluta, conquistando quatro vereadores contra três do PS. Na mesma reunião, nas intervenções antes da ordem de trabalhos, Vítor Esgaio e António Trindade felicitaram o presidente pela vitória obtida nas últimas eleições autárquicas e ambos desejaram que o programa eleitoral do PSD se concretize, “esperemos que cumpra o seu programa na íntegra”, disse Esgaio. Para finalizar a sua intervenção, Jorge Barroso referiu que espera “que o próximo mandato traga o cumprimento das promessas de todos”. Nesta reunião foram votadas a 18ª e 19ª alterações orçamentais e alteração ao plano plurianual de investimentos, que contou com os votos contra de Vítor Esgaio e de António Trindade. Reinaldo Silva não esteve presente nesta reunião e os restantes membros votaram favoravelmente. Antes da votação, António Trindade pediu “mais rigor e mais seriedade na gestão da autarquia” para a próxima legislatura. A maior parte dos pontos agendados para esta reunião transitaram para a reunião do próximo executivo a pedido do presidente, uma vez que, nesta fase “há algumas limitações de competências”, referiu Barroso. Ainda neste último encontro do executivo camarário, Vítor Esgaio considerou que “a lei não foi cumprida”, uma vez que a reunião não foi realizada no tempo devido, justificando que “não havia motivo para adiar esta reunião”. Porém, na primeira intervenção, Barroso referiu que esta reunião estava a ser feita em substituição da reunião do dia 5 de Outubro, feriado nacional, disse que por algum motivo as convocatórias não foram entregues para a mesma se realizar dois dias depois, e na semana seguinte também não se realizou por haver alguma falta de funcionários, devido às eleições autárquicas. Apesar de Barroso ter assumido que “a reunião não foi feita na altura certa”, Esgaio considerou que “as explicações não têm fundamento”.